O Kremlin insistiu esta terça-feira que a Europa terá de pagar o gás russo em rublos, rejeitando críticas do G7, numa altura em que os países ocidentais e Moscovo multiplicam sanções e contra sanções devido à ofensiva russa na Ucrânia.

“Ninguém vai entregar gás de graça. É simplesmente impossível. E só pode ser pago em rublos”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“A situação mudou no contexto de uma guerra económica travada contra a Rússia”, sublinhou, “as empresas (que comprem gás russo) devem compreender isto”.

Em retaliação pelas sanções europeias adotadas por causa da ofensiva russa na Ucrânia, o Presidente Vladimir Putin anunciou na semana passada que a Rússia só aceitaria rublos no pagamento das entregas de gás à União Europeia (UE), dando às autoridades russas uma semana para desenvolverem um novo sistema de resolução dos contratos em rublos.

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Na segunda-feira, os países do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, e com a União Europeia representada) disseram que exigir o pagamento em rublos “não é aceitável“.

Esta posição foi anunciada pelo ministro da Economia alemão, Robert Habeck, que apelou às empresas envolvidas para “não satisfazerem as exigências de Putin” e qualificou a Rússia como um “fornecedor pouco fiável”.

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“A Rússia sempre foi, é e continuará a ser um fornecedor fiável de hidrocarbonetos”, respondeu esta terça-feira o porta-voz do Kremlin.

Na quinta-feira, o governo russo, o Banco Central e o gigante russo do gás, a Gazprom, deverão apresentar a Vladimir Putin um relatório sobre a implementação do sistema de pagamentos em rublos.

O gás russo é crucial para a UE, que procura desde o início da ofensiva militar na Ucrânia encontrar formas de obviar esta dependência.

A decisão de passar a faturar em rublos permite à Rússia apoiar a sua moeda nacional, fortemente prejudicada pelas sanções ocidentais, mas irá privar o regime russo de uma fonte muito importante de divisas.

Além disso, implica uma revisão dos contratos de fornecimento existentes, sustentam os países europeus.