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Zelensky vê "sinais positivos" nas negociações, mas diz que Ucrânia não é "ingénua": "O inimigo ainda está no nosso território"

Este artigo tem mais de 2 anos

Zelensky aponta para "sinais positivos" nas negociações com a Rússia, mas sublinha que não "vê razões para confiar nas palavras de representantes de um Estado que continua a destruir a Ucrânia".

epa09855229 A handout photo made available by the Ukrainian Presidential Press Service shows Ukrainian President Volodymyr Zelensky reacting during an interview via videolink with Russian media, in Kyiv (Kiev), Ukraine, 27 March 2022 (issued 28 March 2022). According to the presidential office, Zelensky spoke in an interview with Russian journalists from 'Zygar' YouTube channel, 'Rain' TV channel, 'Meduza' portal, 'Kommersant' and 'Novaya Gazeta'.  EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT -- MANDATORY CREDIT: UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE -- HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES
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Volodymyr Zelensky mostrou disponibilidade para continuar as negociações com a Rússia

UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT/EPA

Volodymyr Zelensky mostrou disponibilidade para continuar as negociações com a Rússia

UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT/EPA

O Presidente ucraniano afirmou, esta terça-feira, que há “sinais positivos” após a última ronda de negociações com a Rússia, mas frisou que os ucranianos não são “ingénuos”. “O inimigo ainda está no nosso território”, disse, acrescentando que não vê “razões em confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a destruir a Ucrânia”. “Vemos os riscos.”

Num discurso ao país divulgado nas redes sociais, Volodymyr Zelensky mostrou disponibilidade para continuar as negociações. “Claro que a Ucrânia está disposta a negociar. Até onde podemos ir depende de nós”, reforçou o chefe de Estado, elencando as exigências ucranianas: “Deve haver segurança para nós, para o nosso Estado, para a nossa soberania, para o nosso povo. As tropas russas devem sair dos territórios ocupados. A soberania e integridade territorial devem ser garantidas”.

“Há princípios claros. Há uma visão clara de um desfecho possível”, assegurou Volodymyr Zelensky, que voltou a referir num referendo sobre decisões “importantes”, que “não devem ser feitas por uma pessoa ou por um grupo de pessoas”, mas antes “pelo povo prudente da Ucrânia”.

Com uma mensagem dirigida ao Ocidente, o Presidente ucraniano avisou “alguns países” — não precisando quais —, dizendo que não devem esperar que as “negociações facilitem o levantamento de sanções contra a Federação Russa”. “A questão das sanções não devem ser consideradas até a guerra terminar, até voltarmos a ter o que é nosso e até restaurar a justiça.” Além disso, Volodymyr Zelensky apelou a que as “sanções sejam intensificadas semanalmente”.

Sobre a eventual retirada das tropas russas em Chernihiv e Kiev, o Presidente ucraniano expressou desconfiança sobre as promessas do Kremlin. “Disseram o mesmo de Chornobaivka”, atirou, preferindo elogiar as forças armadas ucranianas pelas suas “ações corajosas e eficazes que forçam o inimigo a recuar”.

“Não devemos deixar de manter a vigilância. A situação não se tornou mais fácil. A escalada dos desafios não diminuiu. As forças armadas russas ainda tem potencial significativo para continuar os ataques contra o nosso Estado”, enfatizou Volodymyr Zelensky, que salientou que a Rússia ainda tem armas e pessoas suficientes para vencer o conflito. “Por isso, mantemo-nos alerta e não vamos reduzir os nossos esforços defensivos.”

Reagindo ao ataque em Mykolaiv que atingiu um prédio e que fez oito vítimas mortais, o Presidente ucraniano acusou a Rússia de levar a cabo um “ataque hediondo”. “Quando as pessoas estavam a regressar dos seus locais de trabalho”, lamentou Volodymyr Zelensky, que disse que esta ação fez parte das “desnazificação” da cidade por parte de Moscovo, num dia que fez 78 anos desde que a cidade “foi libertada dos invasores nazis”. “Os residentes de Mykolaiv lembra-se. E eles veem que as tropas russas estão a tentar capturar a sua cidade.” 

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