O Mónaco está debaixo de fogo com o lançamento de um site que divulga uma série de documentos e deixa no ar séries suspeitas de corrupção no principado. O príncipe Alberto reagiu e disse que as suspeitas de corrupção são um enredo para destruir o principado, noticia o Times.

Segundo o jornal britânico, o príncipe Alberto diz que os seus oponentes começaram a tentar desestabilizá-lo no ano passado e que estão a minar o principado com suspeitas de corrupção falsas contra quatro figuras importantes. Tudo começou no outono de 2021, com o surgimento de um site com o nome Les Dossiers du Rocher (Os Dossiers do Rochedo), que terá base na Islândia e conta com uma série de documentos que resultam de fuga de informação, como por exemplo emails que dizem respeito a negócios de propriedades no Mónaco.

De entre estes documentos há quatro nomes que sobressaem, sob a suspeita de estarem a tirar as suas partes de contratos de agências de imobiliário: Thierry Lacoste, o advogado do príncipe e amigo de infância, Laurent Naselmi, chefe de staff do príncipe, Didier Linotte, presidente do supremo tribunal do Mónaco, e Claude Palmero, o contabilista que gere os bens do príncipe. Os visados desmentem as alegações, que dizem ser uma tentativa de manchar as suas reputações.

Está em curso uma investigação nas polícias de Paris e do Mónaco para saber quem está por trás do Dossiers do Rochedo. Bem como a investigação do jornal francês Le Monde, que conta que, no início de fevereiro, uma fonte lhes entregou uma mochila com muitos documentos e emails, o que suscitou os dois artigos (parte 1 e parte 2, que foram publicados nos dias 20 e 21 de março de 2022). Segundo a pesquisa do jornal, os nomes mais visados nos documentos são os mesmos já referidos acima. Escreve o jornal que, “aqui são acusados de formar uma espécie de ‘G4’ ao mesmo tempo discreto e extenso, com Alberto II em pano de fundo, como um soberano ingénuo e ultrapassado”.

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Segundo o Le Monde, a investigação dos detetives não terá chegado a lado nenhum, mas concluiu que a operação envolveu jornalistas falsos, robots que potenciaram vídeos de Youtube e muitos milhões de euros. O príncipe Alberto terá dito ao jornal francês que são as pessoas por trás deste site que estão a perpetuar a corrupção e que as alegações começaram quando estava precisamente a tornar os negócios imobiliários mais transparentes. “Há muitas pessoas que têm interesse em que nós mantenhamos uma certa forma de procedimento” e acrescentou “espero que a investigação aberta em Paris e no Mónaco nos permita saber quem ordenou esta manipulação.”, terá dito o soberano, que reagiu também no jornal Mónaco Matin. “Com o maior vigor, condeno esta campanha difamatória e anónima de falsos boatos e calúnias que visa vários servidores do Principado […] É óbvio que através destas personalidades são o Estado do Mónaco e as suas instituições que estão a ser atacadas”.

A 17 de dezembro a revista Hola noticiava que o príncipe Alberto tinha renovado a sua equipa, rodeando-se agora de pessoas mais jovens e também de mais mulheres, mas nenhum dos quatro nomes acima foi referido.

O príncipe fez 64 anos no passado dia 14 de março, altura em que princesa Charlene regressou ao principado depois de uma ausência de meses em recuperação da sua saúde, num outro ponto da Europa. A ausência da princesa levou a muita especulação e o príncipe Alberto teve até de desmentir boatos sobre o fim do seu casamento.