O índice de confiança do consumidor em Portugal, calculado pelo INE, teve uma “redução abrupta” em março, no contexto da guerra contra a Ucrânia e da subida dos preços dos combustíveis e de vários bens de consumo. Uma queda mensal maior, acrescenta o INE, só quando começou a pandemia de Covid-19.

O índice baixou para os -34,1 pontos em março, o que compara com os -14,5 pontos do mês anterior (que, na altura, foram uma melhoria em relação aos -17,7 pontos de janeiro e aos -19,2 pontos de dezembro).

“O indicador de confiança dos consumidores diminuiu acentuadamente em março, após ter aumentado nos dois meses anteriores”, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE), notando que se trata da “segunda maior redução da série face ao mês anterior, apenas superada pela diminuição registada em abril de 2020 no início da pandemia Covid-19″.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Eurostat

“A evolução observada em março resultou sobretudo do contributo marcadamente negativo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar, tendo as perspetivas sobre evolução futura da realização de compras importantes e as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar também contribuído negativamente para a evolução do indicador”, afirma o INE.

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O INE acrescenta que “o saldo das perspetivas dos consumidores relativas à evolução futura dos preços registou em março o maior aumento da série, superando em larga medida o valor máximo anterior”, num sinal de que as expectativas de inflação poderão estar a enraizar-se na sociedade portuguesa.

Em todos estes setores de atividade, os saldos das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda aumentaram de forma significativa em março, registando os máximos das respetivas séries, com destaque para a Indústria Transformadora em que se observou o aumento de maior magnitude”, afirma o instituto.

Também o índice de clima económico geral, publicado esta quarta-feira pelo INE, baixou para os 2,1 pontos, em relação com os 2,5 pontos de fevereiro.