O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu esta quinta-feira o impulso da indústria de aviação do país na próxima década, para aumentar a frota de companhias aéreas com aviões russos e neutralizar as sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia.
“No horizonte da próxima década, o número de aeronaves fabricadas internamente no parque das empresas aeronáuticas russas deve crescer radicalmente“, disse Putin, durante um encontro dedicado ao ramo da aviação.
“Temos todas as possibilidades para que o setor aeronáutico não só supere as dificuldades atuais, mas também receba um novo impulso para o seu desenvolvimento”, defendeu o presidente russo.
Putin pediu um “redirecionar da estratégia de desenvolvimento do ramo aeronáutico, com base nos nossos próprios recursos e tendo em conta as novas condições, que abrem espaço para fabricantes russos de aeronaves, escritórios de “design” e fornecedores de materiais”.
As palavras do líder russo têm especial relevância no contexto das sanções impostas pelos países ocidentais, por causa da invasão russa da Ucrânia, que incluem a proibição do fornecimento de aeronaves civis e peças sobressalentes à Rússia, bem como a recusa de oferecer serviços de manutenção e seguros.
As sanções não consistem apenas na apreensão de aeronaves russas, mas também na devolução de aeronaves contratualizadas à Rússia e na proibição do fornecimento de sistemas e equipamentos necessários para a produção de aviões.
O presidente russo criticou ainda a decisão do Ocidente de fechar o espaço aéreo aos aviões russos, dizendo que é uma medida que também afeta os países que impuseram essa medida punitiva.
“Recordo que as empresas russas cumpriram integralmente os acordos e estavam dispostas a continuar a cumprir. Mas os países ocidentais deram esse passo e nós, claro, teremos de responder”, argumentou o líder russo, sem especificar que medidas virá a tomar.
“Não pretendemos fechar-nos para ninguém. E não seremos um país fechado, mas devemos partir da realidade como ela é”, acrescentou Putin.