O PSD considerou esta sexta-feira que o Programa do Governo continua “sem espírito reformista para resolver os problemas estruturais”, apontando como positivo o destaque dado à necessidade de melhorar os serviços públicos cuja degradação diz ser responsabilidade do executivo socialista.
O novo executivo socialista entregou na Assembleia da República o Programa de Governo, tendo as linhas gerais do mesmo sido apresentadas pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa, no Palácio da Ajuda.
Numa primeira reação a esta conferência de imprensa, desde os Passos Perdidos do parlamento, — uma vez que tendo o documento sido entregue há pouco carece ainda de uma análise profunda do PSD — o deputado social-democrata Duarte Pacheco começou por afirmar que “a repetir aquilo que se fez dificilmente” haverá “resultados diferentes”.
“Continuamos sem espírito reformista para resolver os problemas estruturais do país”, não permitindo que “Portugal cresça mais do que os países de Leste e se aproxime sim do pelotão da frente e não da cauda da Europa”, criticou.
No entanto, para o PSD, “há algo positivo” já que a ministra da Presidência “pareceu dar uma ênfase à necessidade de reforçar a qualidade dos serviços públicos”, aquilo que considera ser “o reconhecimento de que algo fracassou e que é preciso fazer uma mudança”.
“Não é só na Saúde, na Segurança Social, na Educação, na Justiça ou na Segurança, todos nós percebemos como houve uma degradação completa dos serviços públicos e a senhora ministra diz que há aqui uma prioridade para melhorar a qualidade dos serviços. Deus queira que sim”, afirmou.
Um outro aspeto, de acordo com Duarte Pacheco, é “a perspetiva de se poder resolver ou não a base da economia com o apoio às empresas em vez de ser o Estado a mola do desenvolvimento”.
“Aqui há uma divergência de fundo. O Governo continua a acreditar que é o Estado que tem que promover o desenvolvimento, nós acreditamos que é o setor privado o motor do desenvolvimento. São duas visões diferentes“, contrapôs.