Saiam já. As palavras são de Iryna Vereshchuk, vice-primeira-ministra ucraniana, e fazem eco das dos autarcas das regiões de Kharkiv, Lugansk e Donetsk. Os moradores devem abandonar imediatamente a região, enquanto ainda é possível. Se atrasarem a sua retirada, a mensagem do Governo da Ucrânia, é que pode ser demasiado tarde e as autoridades “não serão capazes de os ajudar”.

“Isto tem de ser feito agora, porque mais tarde as pessoas estarão sob fogo e enfrentarão a ameaça da morte. Não há nada que as autoridades possam fazer”, escreveu Iryna Vereshchuk na rede social Telegram. Os seus apelos lembram os de muitos países ocidentais quando a invasão russa estava por dias. Também nessa altura, governos de todo o mundo alertaram os seus cidadãos de que se não saíssem enquanto ainda havia meios aéreos comerciais disponíveis, poderiam não sair de todo da Ucrânia.

Este alerta não surge por acaso. O passo seguinte de Vladimir Putin, depois de ter falhado as suas primeiras estratégias de guerra, é conseguir, pelo menos, ficar com toda a região de Donbass. Assim, garante uma ponte terrestre entre a Crimeia, anexada em 2014, e a Rússia.

Os ucranianos estão, por isso, a contar com ataques em grande escala na região dominada pelos separatistas pró-russos, e que se tornou o novo foco da invasão russa. Para além disso, há a expectativa de que o Kremlin queira fazê-lo até 9 de maio, Dia da Vitória Soviética, que marca a capitulação da Alemanha Nazi perante a União Soviética na Segunda Guerra Mundial.

“É necessário evacuar as cidades enquanto existir essa possibilidade. Por enquanto, ainda existe”, frisou Iryna Vereshchuk.

Para tentar retirar todos os civis, foram abertos cinco corredores humanitários na região de Lugansk. “Vamos tirar todas as pessoas que os russos permitirem. Como podem ver, eles nem sempre respeitam os cessar-fogo”, sublinhou o governador Serhiy Gaidai. “Apelo a todos os residentes da região de Lugansk que deixem a cidade enquanto é seguro. Existem autocarros e comboios, aproveitem a oportunidade.”

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