O Supremo Tribunal dos Estados Unidos, criado há 233 anos, vai ter pela primeira vez uma juíza negra. Ketanji Brown Jackson, de 51 anos, foi esta quinta-feira aprovada pelo Senado norte americano com 50 votos do lado do Partido Democrata e três do Republicano.
A nova juíza vai substituir o progressista Stephen Breyer, de 83 anos, que irá para a reforma e que tinha sido nomeado em 1994 por Bill Clinton “Mesmo nos tempos mais sombrios, há luzes brilhantes”, disse o senador Chuck Schumer, de Nova Iorque o líder da maioria, no plenário do Senado, citado pelo The New York Times. “Hoje é uma das luzes mais brilhantes. Esperemos que seja uma metáfora, uma indicação de muitas luzes brilhantes por vir.”
“Quantos milhões de crianças nas gerações passadas poderiam ter beneficiado de tal modelo?” No Capitólio, as galerias para assistir à histórica votação estavam lotadas, com longas filas para entrar.
Formada em Harvard, a juíza de 51 anos esteve recentemente debaixo dos holofotes no caso da divulgação de documentos relacionados com a invasão ao Capitólio de há um ano. É dela a assinatura do despacho que nega a Donald Trump o segredo sobre os documentos da Casa Branca.
A escolha de Jackson não foi consensual. Aliás o senador Mitch McConnell, de Kentucky, voltou a mostrar-se contrário à indicação do seu nome por ser um exemplo da extrema esquerda. “A extrema esquerda conseguiu os gastos inflacionários imprudentes que queria. A extrema esquerda conseguiu a fronteira insegura que queria. E hoje, a extrema esquerda terá a justiça do Supremo Tribunal que queria.”
O Supremo tem um papel fundamental na elaboração de jurisprudência, e os seus acórdãos estabelecem a norma jurídica em questões sensíveis como o aborto, casamento homossexual, discriminações raciais, pena de morte, litígios eleitorais ou porte de arma.
Os juízes beneficiam de um cargo vitalício e, como garantia da sua independência, da mesma remuneração garantida para toda a vida.