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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 54.º dia do conflito

Este artigo tem mais de 2 anos

Mariupol continua no centro das atenções da guerra na Ucrânia, com os ucranianos a recusarem o ultimato russo. Neste 54.º dia de guerra, Lviv foi alvo de um ataque aéreo com cinco mísseis.

Mariupol continua a ser alvo de ataques das tropas russas
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Mariupol continua a ser alvo de ataques das tropas russas

Anadolu Agency via Getty Images

Mariupol continua a ser alvo de ataques das tropas russas

Anadolu Agency via Getty Images

A madrugada e início da manhã desta segunda-feira ficam marcadas por explosões ouvidas em várias cidades ucranianas e por um ataque reportado pelo autarca de Lviv, que fala numa ofensiva russa com cinco mísseis. Por outro lado, a situação em Mariupol continua a gerar muita preocupação na Ucrânia, mas as tropas de Volodymyr Zelensky recusam acatar o ultimato russo e prometem lutar até ao fim.

ANA MARTINGO/OBSERVADOR

O que aconteceu na noite do 54.º dia de guerra?

  • A noite ficou marcada pelo discurso de Volodymyr Zelensky, que indicou que a Rússia vai ficar conhecida na história como uma ameaça.
  • Sergiy Volyn, comandante da 36.º Regimento, uma das forças de resistência ucraniana em Mariupol, disse que a cidade ainda é “ucraniana, diga o que disser propaganda russa”. “Mariupol pode ser salva. Estamos prontos para lutar até à última gota de sangue.”
  • Os Estados Unidos da América também acreditam que a cidade portuária de Mariupol ainda não estará sob controlo russo.
  • Josep Borrell, o alto represente diplomático da Comissão Europeia, condenou o “contínuo bombardeamento indiscriminado e ilegal” que as forças armadas russas estão a levar cabo na Ucrânia, que está a atingir “civis e infraestruturas”.
  • A Rússia alegou que atingiu um grande depósito de armas perto de Lviv, no oeste da Ucrânia.
    Um bombardeamento na região de Donetsk provocou quatro mortos, disse o governador regional, Pavlo Kirilenko, na rede social Telegram.
  • Na cidade de Irpin, 269 pessoas foram mortas por militares russos, avançou o chefe do departamento de investigação da Polícia Nacional.
  • O ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksander Kubrakov, divulgou que a invasão russa já danificou 30% do total das infraestruturas ucranianas, num custo avaliado nos 100 mil milhões de dólares (cerca de 93 mil milhões de euros).
  • A Casa Branca garante que Joe Biden, Presidente norte-americano, mantém a decisão de não visitar a Ucrânia.
  • O Pentágono confirmou que a Rússia está a enviar mais soldados para a região do Donbass, no leste da Ucrânia. Além disso, Moscovo também está a enviar mais armas e material bélico para o mesmo território.
  • Os Estados Unidos estão a considerar todas as opções possíveis para responsabilizar a Rússia pelas suas ações na Ucrânia e ponderam agora incluir o país como um estado patrocinador de terrorismo.
  • Emmanuel Macron disse que o seu diálogo com o homólogo russo foi interrompido após ter descoberto os massacres que têm sido atribuídos aos russos na Ucrânia: “Desde os massacres que têm sido descobertos em Bucha e em outras cidades, a guerra tomou um rumo diferente, por isso não falei com ele diretamente de novo desde essa altura”.
  • A governadora do Banco Central da Rússia admitiu que, desde que as nações do Ocidente impuseram sanções económicas ao país, Moscovo está a lutar para encontrar alternativas para as reservas monetárias em moeda estrangeira que foram congeladas.
  • O Presidente da Sérvia acusa a Ucrânia e outro país da UE de promover falsas ameaças de bombas durante voos da AirSerbia que ligam Moscovo a Belgrado. Kiev nega: “Não tem fundamento”.

O que aconteceu na manhã e no início da tarde do 54.º dia de guerra?

  • O final de manhã e o início da tarde ficaram marcados pela ofensiva de larga escala que a Rússia está a preparar no leste do país. Cerca de 300 alvos foram destruídos durante a última madrugada.
  • Vladimir Putin condecorou pela sua “coragem, resistência, resiliência” e pelo seu “heroísmo” a brigada acusada de cometer massacres em Bucha.
  • Dez dias depois do ataque à estação de comboios que provocou pelo menos 52 vítimas mortais, o exército russo lançou novo ataque com mísseis esta segunda-feira contra a cidade de Kramatorsk, no oblast de Donetsk.
  • As forças russas tomaram Kreminna, cidade onde entraram esta manhã: “Neste momento, o controlo sobre a cidade de Kreminna está perdido”.
  • Subiu para sete o número de vítimas mortais do ataque com mísseis desta manhã a Lviv, está a avançar o governador Maksym Kozytskyy, acrescentando que são agora onze os feridos contabilizados até ao momento.
  • Sergei Markov, antigo assessor de Vladimir Putin, confirmou que o navio russo de guerra Moskva se afundou depois de ter sido atingido por um míssil da NATO que foi transferido para a Ucrânia em janeiro.
  • Putin reconheceu que as sanções impostas à Rússia por “países hostis” tiveram “impacto sobre as empresas”, “complicaram a logística dos fornecimentos nacionais e estrangeiros” e “criaram barreiras aos pagamentos”: “Foram um autogolo”.
  • A polícia de fronteira da Ucrânia reportou o regresso de mais de um milhão de pessoas à Ucrânia desde 24 de fevereiro, o dia da invasão russa ao país.
  • A Ucrânia e a Rússia não chegaram a acordo para a abertura de corredores humanitários para esta segunda-feira. É o segundo dia consecutivo em que os dois países não acertam uma forma de retirar civis de áreas em conflito.
  • A sessão solene de boas vindas ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que falará no parlamento português por videoconferência, vai passar das 15h00 para as 17h00 de quinta-feira, após pedido da Embaixada da Ucrânia.

O que aconteceu na madrugada do 54.º dia de guerra?

  • A Ucrânia já preencheu o questionário que oficializa o pedido de adesão à União Europeia. O vice-chefe do gabinete do presidente ucraniano, Ihor Zhovkva, revelou que o formulário está “concluído” e disse que “a bola está do lado dos Estados-membros da UE”. Há dez dias, quando Ursula von der Leyen esteve em Kiev, entregou o documento a Volodymyr Zelensky e garantiu que o processo avançará muito mais rápido do que o habitual.
  • Um ataque com cinco mísseis terá sido levado a cabo em Lviv. O presidente da câmara da região, Andriy Sadovy, revelou que as tropas russas dispararam cinco mísseis esta manhã e há relatos de várias explosões ouvidas nas últimas horas.
  • O último balanço revela que, nos últimos quatro dias, morreram 18 pessoas e 106 ficaram feridas na sequência dos bombardeamentos russos em Kharkiv. O presidente ucraniano falou sobre a situação e chamou-lhe “terror deliberado”. Zelensky disse que nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia estão a ser construídas câmaras de tortura e que as tropas russas estão a sequestrar representantes de autoridades locais (ou pessoas com visibilidade local) e a chantagear professores.
  • A situação em Mariupol continua a gerar muita preocupação à Ucrânia. Na noite de domingo, assessor do autarca de Mariupol referiu que as forças russas anunciaram que as entradas e as saídas da cidade serão proibidas já esta segunda-feira. Petro Andriushchenko escreveu no Telegram que as tropas russas começaram a emitir passes para a circulação em Mariupol e terão até publicado uma fotografia que mostra “centenas” de moradores a fazer fila para os passes.
  • Nesta altura, as forças ucranianas continuam a resistir na cidade de Mariupol e recusam render-se perante o ultimato da Rússia, garantiu o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, à ABC.
    O líder militar da região de Lugansk pediu aos habitantes que deixem imediatamente o local, dizendo que a próxima semana “pode ser difícil” e que “esta pode ser a última oportunidade que temos para vos dizer que se salvem”.
  • A agência de refugiados das Nações Unidas disse que 4.869.019 ucranianos deixaram o país desde a invasão russa em fevereiro – um aumento de 32.574 em relação ao total de sábado , disse o chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Filippo Grandi.
  • Ainda deste domingo, fica o desafio de Volodymyr Zelensky a Joe Biden. O Presidente da Ucrânia incitou o homólogo dos Estados Unidos da América a visitar o país, já depois de o primeiro-ministro britânico ter feito uma visita surpresa a Kiev na semana passada.

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