A gestora de capital de risco K Fund anunciou esta quarta-feira o lançamento da primeira parcela de um novo fundo, o Leadwind, no valor de 140 milhões de euros. O fundo será para investir em startups e scaleups tecnológicas, na Península Ibérica e na América Latina, dedicadas a setores como inteligência artificial (IA) ou blockchain, onde é esperado que se criem negócios “impactantes nos próximos anos”, refere a empresa em comunicado.

Com um teto máximo de 250 milhões de euros e uma capacidade para investimentos de, pelo menos, cinco milhões por empresa, o Leadwind é apoiado por “investidores-âncora” como a Telefónica, BBVA, Go-Hub, ALSA, SATEC, assim como por “investidores institucionais” como AXIS-ICO.

O Leadwind representa a maior captação de capital realizada por uma gestora independente em Espanha e eleva a fasquia para uma nova onda de projetos empreendedores e criação de tecnologias de ponta que possam competir a nível mundial”, lê-se na nota da empresa.

O fundo vai focar-se em investimentos de Série A ou posteriores, no sul da Europa e América Latina. “O ecossistema florescente, o talento tecnológico bom e uma mentalidade internacional muito interessante” justificam aquela que é a primeira aposta em Portugal, explica o parceiro do K Fund Miguel Arias em entrevista telefónica ao Observador. “Portugal está a florescer e queremos fazer parte disso”, garante.

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Já a responsável pelo mercado português, Isabel Salgueiro, refere também ao Observador que o Leadwind tem um foco “mais estratégico para olhar para Portugal” porque também tem interesse na América Latina, sendo “o nosso país a ponte natural para o Brasil”, onde prevê estar presente com um escritório em São Paulo.

O projeto já começou “informalmente” a identificar oportunidades de investimento em Portugal. “É uma coisa que tem vindo até nós reativamente e, portanto, ainda não fomos muito proativos”, afirma a responsável pelo mercado português.

Encontrar oportunidades de investimento de empresas empreendedoras portuguesas, liderar o processo de análise e depois também liderar o processo de investimento” são algumas das funções que Isabel Salgueiro desempenhará a partir do escritório da empresa na Fintech House, em Lisboa.

A capital de risco K Fund foi criada em 2016, em Espanha. Com uma equipa de 17 pessoas que vai crescer para cerca de 25, a empresa quer apoiar o maior número de empreendedores possível. “O fundo [K Fund] foi um dos primeiros investidores de empresas como a Factorial, Exoticca, Abacum e La Gran Familia Mediterránea”, lê-se no comunicado.