Foi há 25 anos. Com poucas indicações de J.K. Rowlings e um manuscrito debaixo dos olhos, Thomas Taylor desenhou o feiticeiro mais famoso desde século, mas acabou por não ficar com um livro para si. Azar. A primeira edição de Harry Potter e a Pedra Filosofal tornou-se tão rara, que os exemplares valem 50 mil euros e são os mais procurados pelos colecionadores e fãs. Na verdade, só há 500 destes livros publicados em 1997.

O universo criado pelas palavras de J.K. Rowlings foi ilustrado não apenas por Thomas Taylor mas também por Miraphora Mina, Eduardo Lima e Jonny Duddle, que usaram o pincel, a caneta e a caneta digital para dar uma outa vida a Harry.

Desde a carta de admissão para entrar em Hogwarts até à última horcrux, a marca de Harry acompanha a aventura literária que ganhou vida também nas salas de cinema com oito grandes sucessos de bilheteira que geraram mil milhões de euros por todo o mundo.

No 25º aniversário da publicação de Harry Potter e a Pedra Filosofal pela editora britânica Bloomsbury, que continua a acompanhar a saga até hoje, os ilustradores originais das edições britânicas e os responsáveis pela criação do universo visual presente nos filmes originais revelaram, em entrevista ao El Mundo, qual foi a inspiração do primeiro ilustrador o livro mais valioso da saga.

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“Um comboio e um menino de óculos” foram as referências que Thomas Taylor teve para desenhar a personagem que gerou mil milhões de euros por todo o mundo.

“Eles disseram-me o que queriam. […] Deram-me um primeiro manuscrito do livro impresso sem ser editado e li-o no comboio de volta para casa. A minha imaginação voou a pensar no que poderia fazer. Estava muito nervoso, mas não por ilustrar Harry Potter, que na época não era nada, mas por ter conseguido o primeiro emprego da minha vida”, relembrou Taylor ao El Mundo.

Taylor revelou que apesar de haver muita especulação sobre a sua inspiração, seguiu as descrições precisas da autora e apenas se inspirou no pai.

A primeira edição de Harry Potter e a Pedra Filosofal  não foi logo um sucesso. Segundo o ilustrador que trabalhava na Heffer’s Children Bookshop, uma livraria infantil com 145 anos de história, “ninguém tinha ouvido falar de J.K. ou deste livro e praticamente nenhuma cópia tinha sido impressa. […] Eles venderam muito lentamente, nem eu mesmo comprei”. Se o tivesse feito hoje teria livros valiosos nas suas mãos. Passados 25 anos, os 500 exemplares estão avaliados entre 35.000 e 50.000 euros.

E, lembra o El Mundo, os livros de capa dura que permaneceram esquecidos nas bibliotecas britânicas são, atualmente, um item de colecionador e um sucesso mundial.