O Observador viajou a convite da Philip Morris International
Desde que começou a saltar para as parangonas do motociclismo, primeiro no Moto2 e depois no MotoGP, que Miguel Oliveira nunca escondeu um dos principais traços de personalidade que o caracteriza: o facto de ter plena noção do valor que tem. E este fim de semana, dentro de mais um Grande Prémio de Portugal em Portimão, o piloto português não hesitou na hora de garantir que não está dependente da KTM para continuar na categoria rainha.
“Felizmente, o meu valor é reconhecido por diversas equipas e construtores. Diria que está tudo a correr bem e que devo focar-me no meu objetivo, que é vencer. Claro que quero continuar numa equipa de fábrica. O Campeonato nunca esteve tão competitivo como nos últimos quatro anos, em que o primeiro e o último ficam separados por menos de um segundo e onde vimos nove vencedores diferentes numa única temporadas. Estes são os factos e, atualmente, sou dos pilotos com mais vitórias a competir no MotoGP. Logo, estou nos lugares cimeiros”, explicou Miguel Oliveira, com a confiança natural que leva sempre na bagagem, recordando que termina contrato com a KTM no final desta época.
Ora, movimentações à parte, o piloto português arrancava este domingo no Autódromo Internacional do Algarve à procura de um resultado positivo depois de ter terminado as últimas duas corridas fora do top 10. Oliveira dominou as sessões de treinos livres, alcançando o melhor tempo combinado e apurando-se diretamente para a Q2, mas um problema técnico na KTM impediu-o de conseguir melhor do que um 11.º lugar na grelha de partida. Assim, o ideal era conquistar um arranque positivo que roubasse desde logo várias posições e abrisse a porta a um Grande Prémio de recuperação e a um eventual pódio.
As condições atmosféricas, porém, não eram as ideais para Miguel Oliveira. Depois do dilúvio de sexta-feira e da chuva da manhã de sábado, que tanto ajudaram o piloto português, a pista de Portimão estava totalmente seca este domingo — embora o céu tenha escurecido muito à hora de início da corrida, alimentando a dúvida sobre se seria um Grande Prémio com ou sem chuva à mistura. Do seu lado, essencialmente, Oliveira tinha a vantagem que nunca larga quando visita o circuito algarvio: o facto de conhecer cada curva como nenhum outro piloto do Mundial.
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Johann Zarco saía da pole-position, seguido de Joan Mir e Aleix Espargaró, e Miguel Oliveira tinha a particularidade de arrancar à frente de Brad Binder, Jorge Martín, Maverick Viñales, Enea Bastianini e também Pecco Bagnaia, que tiveram todos muitas dificuldades na qualificação. O piloto português cumpriu o primeiro objetivo e arrancou bem, saltando de imediato para sétimo lugar e conquistando o sexto a Aleix Espargaró ainda dentro da primeira volta. O espanhol recuperou a posição pouco depois mas Miguel Oliveira ia mantendo o ritmo e a distância para os principais rivais. Lá mais à frente, depois de um breve período em que Joan Mir liderou, Fabio Quartararo agarrou o primeiro lugar e começou a cavar vantagem, com Zarco a cair para terceiro.
Jorge Martín registou a primeira queda do Grande Prémio, confirmando um fim de semana negativo para o espanhol da Pramac, e o piloto português ia demonstrando dificuldades para voltar a ultrapassar Espargaró — começando a sentir a pressão de Álex Rins na retaguarda. Oliveira caiu para oitavo na volta 9, permitindo a ultrapassagem de Rins e também de Álex Márquez, e a ideia de que ainda poderia compensar a desilusão da qualificação com um bom resultado na corrida começava a esfumar-se. Até porque, embora o céu permanecesse muito escuro, a chuva teimava em não aparecer.
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Bastianini, até aqui no primeiro lugar do Mundial, caiu a 15 voltas do fim e confirmou desde logo que o Grande Prémio de Portugal iria terminar com um novo líder da classificação geral. Na volta 19, Jack Miller perdeu a frente da Ducati e abalroou Joan Mir, deixando o espanhol da Suzuki de fora da corrida e potenciando a subida de Miguel Oliveira ao 5.º lugar, já que o piloto português já voltado a ultrapassar Márquez.
Até ao fim, Oliveira segurou a posição e cruzou a meta em 5.º, regressando finalmente a um top 10, enquanto que Fabio Quartararo já não deixou fugir a liderança e voltou a ganhar em Portimão, repetindo a vitória de abril do ano passado, consagrando-se o novo rei do circuito algarvio e subindo ao primeiro lugar em ex aequo do Mundial com os mesmos pontos de Álex Rins. Johann Zarco ficou em segundo e Aleix Espargaró fechou o pódio, tendo sido o principal beneficiado da queda de Miller e Mir.
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