O Benfica voltou à Final Four da Liga dos Campeões de futsal seis anos depois e com contas por resolver também nesta competição pela derrota nas meias-finais de 2016 frente aos surpreendentes russos do Ugra (que contava com o agora capitão dos encarnados Robinho) apenas nas grandes penalidades. E tudo estava a ser perfeito no encontro com um Barcelona reforçado mas que foi completamente ultrapassado ao longo dos 20 minutos iniciais por um conjunto da Luz quase perfeito a defender e a atacar. No entanto, não foi suficiente. E, já depois de ter conseguido reagir à reviravolta dos catalães levando a decisão para tempo extra, acabou por ceder a 17 segundos do final. O sonho tornara-se pesadelo num ápice.

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“É difícil fazer uma análise. Foi uma oportunidade muito boa, sobretudo pela vantagem. Fizemos uma primeira parte muito boa, em que controlámos o Barcelona. Na segunda parte sofremos muito, apertaram muito e sofremos. Não conseguimos subir, ficámos carregados de faltas muito rapidamente. Só começámos a jogar a partir do 3-3, quando baixaram a pressão. No tempo extra fomos superiores e surgiu um lance de azar que lhes deu o golo. Estamos muito tristes. Foi um bom jogo mas um golpe muito forte. São uma grande equipa mas a vencer 3-0 devíamos ter gerido melhor o jogo. Agora temos outro jogo e vamos tentar ganhá-lo. Importante é recuperar os jogadores no plano anímico”, lamentou o técnico Pulpis.

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“É difícil falar neste momento. Tivemos uma vantagem muito grande no jogo e não conseguimos segurar. Isso dói bastante, devido ao trabalho e esforço que tivemos para chegar até aqui. É uma pena não conseguir a passagem para a final. Agora é olhar para a frente, no que ainda temos para jogar. Agradecer a todos os que nos apoiaram: adeptos, staff, as nossas famílias, todos os atletas… Não faltou esforço da nossa parte. É muito triste. O Barcelona tem muita qualidade individual e criaram vantagem quando o guarda-redes subia. É desgastante pela intensidade de jogo que eles têm”, acrescentou o capitão Robinho.

Enquanto o ACCS Paris entrava na decisão do terceiro e quarto lugares da Liga dos Campeões com aquela sensação de tarefa cumprida apesar da derrota por 6-2 frente ao Sporting, tendo em conta as contingências que levaram a equipa francesa de campeã à descida na secretaria em menos de uma semana (e que só está em Riga pela desclassificação das equipas russas nas provas da UEFA), o Benfica teria sobretudo de lutar contra um desaire complicado de gerir que afastou a equipa da final. E era neste contexto que surgia um inesperado reencontro dos encarnados com Ricardinho, o melhor português de sempre.

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A primeira parte teve um Benfica superior, a criar mais oportunidades mas longe do nível exibicional que tinha alcançado frente ao Barcelona, quase que jogando sem a alegria habitual no conjunto de Pulpis. E foi mesmo preciso esperar até ao último minuto para ver o primeiro golo do encontro, com Arthur a combinar bem numa reposição lateral com Tayebi para o 1-0 do iraniano a 29 segundos do intervalo. 

No segundo tempo, e apesar da boa réplica que o ACCS tentou dar dentro das limitações com que chegava a Riga, os encarnados conseguiram aumentar a vantagem em mais uma bola parada de Chishkala (30′) e pareciam caminhar para uma vitória tranquila mas ainda apanharam um susto com Touré a reduzir (33′). Essa desvantagem mínima demorou apenas nove segundos, com o Benfica na reposição a fazer o 3-1 num grande lance de Jacaré a assistir Silvestre (33′). Os franceses voltaram a apostar no 5×4, à semelhança do que tinha acontecido em grande parte do jogo com o Sporting, com resultados quase imediatos com o golo de Lutin após defesa incompleta de André Sousa a remate de Ricardinho (37′). Jacaré e Henmi, em remates para a baliza deserta após roubos de bola, fecharam as contas nos dois últimos minutos de jogo.