O atual primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, aceitou nesta segunda-feira a tarefa de formar novo governo, durante a sessão constitutiva do parlamento eleito a 3 de abril, quando conquistou 135 dos 199 assentos parlamentares.

“Proponho que o parlamento eleja Viktor Orbán como primeiro-ministro”, proclamou o Presidente do país, János Áder.

O grupo parlamentar do partido do governo será composto por 135 deputados — 117 do partido de Orbán, o Fidesz, e 18 do Partido Democrata Cristão (que concorreram em conjunto) –, garantindo assim o quarto mandato consecutivo de Orbán com maioria absoluta desde 2010.

Os partidos da oposição, que se apresentaram em lista unificada, distribuíram os restantes assentos, atribuindo 15 à Coligação Democrática (DK), de esquerda, 10 ao Partido Socialista, 10 ao Momentum liberal, 10 à direita populista de Jobbik, seis ao também partido de esquerda Párbeszéd (Diálogo), e cinco ao ambientalista LMP.

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A extrema-direita “Nossa Pátria” ficou com seis deputados, enquanto a minoria alemã tem um.

O deputado independente Ákos Hadházy decidiu não aderir a nenhum grupo ou prestar juramento, pelo que não poderá participar na atividade parlamentar.

Após o juramento, os deputados do DK, do Momentum e do Párbeszéd abandonaram momentaneamente a sala, argumentando que não queriam “legitimar” o regime de Orbán, que consideram ter erradicado a democracia no país.

O Momentum anunciou mesmo que a sua principal atividade de oposição acontecerá “fora do parlamento”.

Segundo o calendário agendado, Orbán será nomeado como primeiro-ministro pelo parlamento em meados de maio, sendo que o primeiro desafio do novo governo será enfrentar o possível bloqueio dos fundos comunitários por Bruxelas devido a violações do Estado de direito e dos princípios da União Europeia.