As primeiras-ministras da Suécia e Finlândia defenderam nesta quarta-feira que a melhor garantia de segurança caso os dois países solicitem a adesão à NATO seria um rápido processo de aprovação por parte do conjunto dos Estados-membros da Aliança.
A Finlândia aguarda uma ratificação “o mais rápido possível” pelos 30 membros da NATO em caso de candidatura única ou com a Suécia para a adesão à Aliança atlântica, indicou em conferência de imprensa a primeira-ministra Sanna Marin, no final da cimeira em Copenhaga entre a Índia e os países nórdicos.
“A questão-chave consiste em manter o processo de ratificação o mais rápido possível, seria no interesse de todos, seria a melhor garantia de segurança possível“, acrescentou.
Helsínquia também está a promover discussões com os principais países da Aliança para obter garantias de proteção durante o período de adesão que pode prolongar-se por vários meses, acrescentou, ao citar os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França.
A sua homóloga sueca, Magdalena Andersson, corroborou as declarações da sua homóloga finlandesa e recordou que a Rússia foi “clara” e declarou que “responderá” a um eventual pedido de adesão dos dois países escandinavos.
A NATO já iniciou um processo acelerado, que poderia reduzir a duas semanas o convite formal aos dois países caso apresentem um pedido de adesão, que deverá ser aprovado por todos os Estados-membros, referiu o jornal norueguês VG, que cita fontes diplomáticas não identificadas.
“Faremos todo o possível para que o processo nacional que tenhamos de realizar siga tão rapidamente quanto possível”, disse a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, uma posição também manifestada pelo seu homólogo norueguês, Jonas Gahr Store.
A invasão russa da Ucrânia, indiciada há mais de dois meses, motivou que Finlândia e Suécia acelerassem o seu processo de aproximação à NATO, de quem são aliadas, mas sem integrarem formalmente a organização militar.
De acordo com diversos “media” finlandeses, Helsínquia poderá anunciar publicamente a decisão em meados de maio, mas a Suécia regista um processo mais lento, e dentro de uma semana deverá ser entregue no Parlamento um relatório sobre a nova política de segurança, um mês após uma iniciativa semelhante do país vizinho.
Nas últimas semanas, Estocolmo e Helsínquia aumentaram consideravelmente a cooperação e os contactos bilaterais para tentar obter uma posição comum sobre a NATO, na perspetiva de um pedido de adesão.
“É muito importante manter um contacto estreito, dia após dia, e que sigamos na mesma direção e ao mesmo ritmo”, disse Marin.
O possível ingresso dos dois países será abordado na reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, agendada para 14 e 15 de maio em Berlim, que terão como convidados os representantes dos dois países escandinavos.
A formalização do processo, caso os dois países solicitem o ingresso, poderá ser aprovada na cimeira da Aliança Atlântica que decorrerá em Madrid no final de junho.
Estocolmo está a promover atualmente consultas com os Estados-membros e a sua chefe da diplomacia, Ann Linde, deslocou-se na terça-feira aos Estados Unidos e prossegue a sua visita no Canadá.