O pequeno corte de quatro segundos em Visagrád que permitiu a Wilco Kelderman, Richard Carapaz ou Bauke Mollema ganharem uma margem em relação aos restantes principais candidatos à vitória final na etapa inicial e os tempos surpresa de alguns corredores que não são propriamente grandes especialistas no contrarrelógio mas que se bateram como se fosse a derradeira tirada em Budapeste mostraram que o Giro de 2022, até chegar à alta montanha de todas as decisões, vai ser disputada por todos metro a metro e segundo a segundo. E é nessa luta que se encontra João Almeida, desta vez com outras ambições.

A confirmação van der Poel, a surpresa Yates e Almeida melhor do que Carapaz: português termina contrarrelógio no 11.º lugar e sobe na geral

Depois de ter chegado na 14.ª posição em Visegrád a quatro segundos dos primeiros classificados (mais as bonificações), o português não conseguiu confirmar a regra de ficar sempre entre os seis mais rápidos nos contrarrelógios do Giro como alcançara em 2020 e em 2021, ficando por uma 11.ª posição com o mesmo tempo do final do top 10 mas com uma margem de 18 segundos para Simon Yates, que voou em Budapeste para o melhor registo à frente do camisola rosa van der Poel. Almeida perdeu tempo ainda para Dumoulin e Kelderman, ganhando a Carapaz ou Mollema. No entanto, nada que beliscasse objetivos.

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Estreia no Tour, camisola amarela. Estreia no Giro, camisola rosa: Mathieu van der Poel vence primeira etapa, João Almeida em 14.º

Senti-me bem, é isso. Não é uma grande margem [perdida para Simon Yates]. Estes dias são sobre encontrar a forma e não perder tempo importante para os outros favoritos”, relativizou no final da segunda etapa o corredor português da UAE Team Emirates.

O contrarrelógio permitiu a João Almeida subir da 14.ª para a 11.ª posição da classificação geral com essa diferença de 18 segundos para Simon Yates e uma vantagem de seis segundos para Carapaz, mas a maior “lição” que ficou foi que qualquer tirada pode ser uma “armadilha” para as ambições de qualquer corredor com ambições na Volta a Itália. E era com isso no pensamento que o português partia para a despedida de território húngaro, entre Kaposvár e Balatonfüred numa distância de 201 quilómetros que antecedia um primeiro dia de descanso e a viagem para terras transalpinas (a começar com a subida ao Etna).

As apostas eram claras e colocavam nomes conhecidos que basta surgirem em grandes voltas para serem escolhidos em etapas com chegadas ao sprint: Mark Cavendish, Arnaud Démare e Caleb Ewan. E, apesar da fuga do costume neutralizada na parte final da etapa, tudo foi decorrendo na maior das normalidades, com o português Rui Costa a mostrar o dispositivo com os números para as câmaras e João Almeida a rir num ambiente muito descontraído na UAE Team Emirates. Não era por ali que passavam as atenções ao longo deste domingo mas o no news, good news era mesmo a melhor notícia para todo o pelotão. No final, o triunfo sorriu mesmo a Cavendish, que voltou a ganhar nove anos depois uma etapa do Giro à frente de Démare e Gaviria. João Almeida acabou em 35.º e manteve a 11.ª posição na geral individual.