O Governo tenciona lançar novo concurso para a construção de um oleoduto para abastecer o aeroporto de Lisboa de forma a tornar esta infraestrutura independente do transporte por camião. A informação foi dada esta quarta-feira pelo ministro do Ambiente e Ação Climática durante a discussão da proposta orçamental. Duarte Cordeiro respondia ao deputado da Iniciativa Liberal (IL), Bernardo Blanco, que perguntou pela concretização da promessa feita em 2019. O compromisso foi assumido no ano em que uma greve dos motoristas de matérias perigosas (combustíveis) afetou de forma significativa o abastecimento as bombas de gasolina e também do aeroporto de Lisboa.

A paralisação destes transportadoras impediu o abastecimento diário que é realizado através de dezenas de camiões vindos das instalações da CLC em Aveiras, o que já tinha acontecido em outra greve do setor em 2008. O Governo decidiu então avançar com esta infraestrutura, um investimento de 40 milhões de euros que seria suportado por empresas privadas, de acordo com o modelo financeiro então fixado e que, esclarece Duarte Cordeiro, se manterá. O deputado da IL recorda que quanto foi anunciado o projeto estava previsto que ficasse concluído em 2021.

Duas empresas manifestaram-se publicamente interessadas no projeto. A CLC, empresa portuguesa controlada pela Galp que gere o parque de Aveiras e o pipeline de Sines, e a sua congénere espanhola, a CLH. O concurso foi noticiado em 2020, mas não avançou, porventura por causa da pandemia que paralisou quase o tráfego nos aeroportos. Em 2021, o concurso limitado aos dois interessados estava a ser preparado, mas havia contestação por parte das autarquias face ao traçado previsto ao longo de uma conduta da EPAL desativada ao lado do rio Alviela, atravessando áreas densamente povoadas.

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