A oposição ao Executivo de Carlos Moedas aprovou esta quarta-feira em reunião de câmara uma proposta que prevê, entre outros, a reativação e alargamento do programa “A Rua é Sua”. Um dos principais pontos do programa prevê a “eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade em todos os domingos e feriados“, algo que acontecia na anterior versão do programa apenas no último domingo de cada mês.

Lisboa. O mistério das ruas pintadas de azul ou verde que se multiplicam pela cidade. E o que tem a Covid a ver com isto

Há cerca de dois anos começaram a surgir várias ruas pintadas de cores diferentes pela cidade, que valeram críticas à autarquia na altura liderada pelo socialista Fernando Medina, e agora o voto contra dos Novos Tempos foi incapaz de travar a iniciativa de recuperar o programa trazida para a ordem de trabalhos pelo Livre (que concorreu à autarquia coligado com o PS).

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Em maio de 2019, a artéria mais poluída de Lisboa começou por encerrar à circulação automóvel, um domingo por mês, entre a Rua das Pretas e os Restauradores, num teste que tinha como  intuito de devolver o espaço público às pessoas e permitir a circulação a pé, de bicicleta ou trotineta. Agora, à boleia de uma “proposta pela redução da dependência dos combustíveis fósseis na cidade de Lisboa”, o objetivo é alargar a todos os domingos e feriados do ano.

Só PSD e CDS votaram contra a proposta, o PCP optou pela abstenção e os restantes vereadores votaram favoravelmente à proposta o que permitiu a sua aprovação. Além da Avenida da Liberdade, a proposta pretende que seja alargada “a todas as freguesias, com a mesma periodicidade (todos os domingos do ano), este corte de uma artéria central (ou mais) com comércio e serviços locais.”

Quanto à “tranformação definitiva dos espaços nas diferentes freguesias no sentido de alargar as áreas pedonais” ou a “pedonalização definitiva de determinadas vias” a câmara de Lisboa quer que seja promovida uma “consulta e participação pública” para ouvir os lisboetas.

A velocidade de circulação na cidade de Lisboa também deverá ser reduzida em 10km/h face aos atuais limites: onde até aqui o máximo era de 40km/h passará a 30km/h, onde era de 50km/h passará a 40km/h e onde era de 80km/h deverá passar para um máximo de 70km/h.

Na longa proposta, há ainda sugestões de estudos para eletrificação dos táxis da cidade, incentivos ao teletrabalho na autarquia; campanhas informativas sobre redução do desperdício energético nos edifícios ou o alargamento do alcance da rede Gira e ciclável aos concelhos limítrofes.