O príncipe herdeiro do Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed, foi este sábado eleito Presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU) pelo Conselho Supremo, sucedendo no cargo ao seu meio-irmão Sheikh Khalifa bin Zayed Al-Nahyan, que morreu esta sexta-feira.
“O Supremo Conselho Federal escolhe Mohamed bin Zayed como Presidente dos Emirados Árabes Unidos”, anunciou este sábado a agência de notícias estatal dos Emirados WAM, citada pela agência espanhola EFE.
Mohammed bin Zayed (conhecido como ‘MBZ’) assume formalmente o cargo depois de, em 2014, ter passado a desempenhar as principais tarefas de Estado, na sequência de um derrame cerebral sofrido por Sheikh Khalifa bin Zayed Al-Nahyan que o afastou da vida pública e do processo de tomada de decisões.
O novo Presidente, que acompanhou a passagem da pobreza à prosperidade dos EAU, tem procurado transformar o país numa das maiores potências regionais, a nível militar, económico e político.
Com o seu meio-irmão, que morreu aos 73 anos de idade, acompanhou a ascensão do seu país no cenário internacional nas últimas duas décadas.
A sua aberta e férrea luta contra o islamismo e o extremismo religioso — dentro e fora das fronteiras dos EAU — levaram-no a intervir na repressão dos protestos pró-democracia no Golfo Pérsico em 2011, considerando que se tratava de um terreno fértil para ideias radicais.
Entre as suas principais preocupações está o receio de desestabilização no país ou na região, o que levou ‘MBZ’ a avançar com uma ampla campanha de detenções contra dissidentes.
Mohammed bin Zayed nasceu em 11 de março de 1961, no Emirado do Abu Dhabi, antes de o seu pai, Zayed Bin Sultan al Nahyan, unificar os sete emirados que compõem os EAU.
Entusiasta de aviões de combate e de armas, assume agora formalmente os destinos de um país com 9,8 milhões de habitantes que pretende colocar no mapa como uma potência militar.
Segundo a WAM, o Governo dos EAU declarou “luto oficial e bandeiras a meia haste” por 40 dias. Neste âmbito foi ainda decidida uma suspensão de três dias de trabalho em todos os ministérios e no setor privado.