Depois da ascensão e queda de Biniam Girmay, que se tornou o primeiro africano negro a vencer uma etapa de uma Grande Volta para deixar o Giro horas depois na sequência de um acidente com a garrafa de champanhe no pódio, a Volta a Itália seguia esta quinta-feira com a 12.ª etapa entre Parma e Génova. 204 quilómetros com três elevações e uma especial atenção para a subida ao Passo del Bocco numa fase ainda intermédia da tirada.

Esta quarta-feira, Alberto Dainese venceu na chegada a Reggio Emilia, Juan Pedro López manteve a camisola rosa e João Almeida caiu para o terceiro lugar da classificação geral, superado por Richard Carapaz num dia em que a INEOS tornou evidente toda a superioridade em relação à UAE Emirates. Em entrevista ao jornal AS, o ciclista português acabou por comentar a própria prestação no Giro até ao momento e antecipou a decisiva reta final que se adivinha.

O segredo estava nas bonificações: Dainese vence 11.ª etapa, Carapaz ganha três segundos a Almeida e português desce para terceiro do Giro

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“Foram umas primeiras etapas boas para mim. Não me senti bem no Blockhaus desde o início mas salvámos o dia e acabámos no grupo da frente. Tenho a equipa comigo e estamos onde queremos estar, no mesmo tempo dos primeiros. Se estiver bem, claro que vou tentar atacar para ganhar tempo. Quando estou bem sou ofensivo, portanto, não há como não atacar. Quando não estou bem, tenho de me defender. No final, vai ganhar o melhor. Mas há que aproveitar as oportunidades. O objetivo é o pódio mas, se ficar entre os cinco primeiros, já fico feliz. Se não ficar no pódio é por falta de sorte ou porque os rivais estão mais fortes. Vou dar tudo o que tenho e vou ficar contente por isso”, explicou João Almeida.

Os primeiros 50 quilómetros decorreram com um pelotão muito compacto e Arnaud Démare venceu o sprint intermédio inicial, seguido de Fernando Gaviria. A primeira fuga incluiu cerca de 30 ciclistas, num grupo que integrava Wilco Kelderman, e a subida ao Passo del Bocco serviu para aumentar para mais de cinco minutos a distância para o pelotão principal. Stefano Oldani, da Alpecin-Fenix, resgatou o sprint intermédio de Ferrada e liderou o trio que acabou por fugir do grupo da frente, em conjunto com Gijs Leemreize e Lorenzo Rota. Nesta altura, João Almeida surgia integrado no pelotão.

Um grupo de quatro perseguidores desenhou-se a 20 quilómetros do fim, com Kelderman a tomar novamente a iniciativa, mas a vitória acabaria por cair para o trio que arriscou primeiro: na conclusão de uma reta final muito calculista e estratégica, Stefano Oldani acabou por ser o primeiro a cruzar a meta em Génova, seguido de Lorenzo Rota e Gijs Leemreize. Bauke Mollema e Santiago Buitrago Sánchez fecharam o top 5, com Wilco Kelderman a ficar em sexto, e João Almeida terminou a etapa em 47.ºe a quase nove minutos do vencedor, mantendo o terceiro lugar da classificação geral. Juan Pedro López foi 27.º e segurou a camisola rosa com os mesmos 12 segundos de distância para Carapaz e Almeida.