A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta quarta-feira que o governo está preocupado em controlar o impacto da Covid-19 nos mais vulneráveis, especialmente nos mais idosos, mediante o aumento de infeções e óbitos que se têm registado.

“Essencialmente, neste momento estamos preocupados em controlar aquilo que é o impacto da doença nos mais vulneráveis, por isso desencadeámos a administração da dose de reforço aos mais de 80 anos e à população residente em estruturas residenciais para idosos“, referiu, esclarecendo que esta etapa já está concluída.

Marta Temido que marcou presença no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), no âmbito da celebração do Dia Mundial da Criança, admitiu aos jornalistas que era expectável um crescimento do número de infeções, com “a libertação de algumas medidas”.

Segundo a governante, durante o mês de junho será também feito o reforço da vacinação à população com mais de 80 anos em ambulatório.

“Estamos também com um plano de resposta para a vacinação no outono que, afinadas algumas questões de comunicação, será apresentado”, acrescentou. Sobre esta campanha de vacinação, Marta Temido destacou que vai incidir também sobre os mais vulneráveis.

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“Eventualmente os mais de 65 anos, coincidindo a vacina da gripe e a vacina da Covid 19, e garantindo que as pessoas são protegidas antes de um eventual novo pico, associado a temperaturas adversas”, adiantou. Questionada sobre a possibilidade de reavaliação do “alívio de medidas”, a ministra da Saúde frisou que a opção do governo português está alinhada com as opções da maioria dos governos, quer em termos de gestão, como de resposta à pandemia.

“O que diferenciou a situação portuguesa que temos atualmente foi uma sub-linhagem de uma variante que já é conhecida. O relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, ontem libertado, sobre sequenciação, mostra quase 90% com a sub-linhagem BA.5 [da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2]”, apontou. Segundo Marta Temido, este relatório indica que Portugal é o país da Europa que “provavelmente estará com a maior prevalência desta sub-linhagem”.

“Isso justifica, a par de outras circunstâncias, estes números elevados que estamos a ter. Temos de continuar a apostar, penso que estamos todos de acordo, na auto-responsabilização”, concluiu.