A média seria outra se para a conta usássemos os números divulgados pela Ucrânia. No dia em que a guerra passa a ter 3 dígitos, o Ministério da Defesa ucraniano garante já ter abatido 175 helicópteros russos. Se assim fosse — dados que Moscovo não confirma — em 100 dias de guerra, a média seria de uma aeronave (mais 8 partes de outra) a cair dos céus todos os dias.

Não sendo possível confirmar de forma independente estes números, o site especializado Oryx aponta outros valores, que obtém a partir da validação das imagens que surgem na imprensa e nas redes sociais (assim como noutros canais abertos). No total, os russos perderam 43 helicópteros: 40 foram destruídos, 1 foi danificado, 1 abandonado e 1 capturado.

A Ucrânia perdeu 11 aeronaves, 3 delas capturadas e 8 destruídas.

Cemitério metálico. A guerra vai ditar o fim dos helicópteros?

A resposta rápida é “não”. Embora haja especulação nesse sentido, e sobre a possibilidade de os UAV, veículos aéreos não tripulados, virem a substituir os helicópteros, para já, os drones não são uma ameaça real — mesmo que os Bayraktar (que ganharam uma música em sua honra) tenham abatido, pelo menos, quatro helicópteros russos e tenham feito parte do ataque que afundou o cruzador Moskva.

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“Por enquanto, eles não têm o poder de fogo de um helicóptero de ataque”, defende Joseph Henrotin, politólogo belga, especializado em questões de defesa, ao jornal francês Le Télégramme. O exemplo que dá é exatamente o dos drones turcos: o Bayraktar pode transportar quatro mísseis, enquanto o Ka-52, da empresa Kamov, tem capacidade para 12 mísseis ar-terra e está armado com um canhão automático.

Como atacam os drones topo de gama que ajudam a Ucrânia e se tornaram um símbolo da resistência

O problema, no conflito armado na Ucrânia, é outro: os helicópteros estão a ser mal usados. “Os russos trabalharam muito mal. Antes de uma operação aérea, é preciso garantir que os céus estão limpos e que as defesas antiaéreas inimigas foram removidas”, esclarece Henrotin.

Para além disso, o que tem acontecido na Ucrânia é um “lembrete bastante sangrento para os russos: um helicóptero não funciona sozinho”.