Antes da final, Casper Ruud tinha dito que enfrentar Rafa Nadal no derradeiro jogo de Roland Garros era “o maior desafio do desporto”. E tinha razão: o espanhol cilindrou o norueguês em três sets (6-3, 6-3 e 6-0), conquistou o Open francês pela 14.ª vez e chegou a um histórico 22.º Grand Slam da carreira, distanciando-se ainda mais de Novak Djokovic e Roger Federer.
King of Clay x 14 ????@RafaelNadal remains undefeated in Paris finals, conquering Casper Ruud 6-3, 6-3, 6-0 for a 14th title#RolandGarros pic.twitter.com/GctcC17Ah8
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O jogo propriamente dito tem pouca história. E esse facto é revelador do domínio demonstrado por Nadal em relação a Ruud. O tenista espanhol dominou toda a partida, vencendo o último set com um estrondoso 6-0 em que o norueguês, atual número 8 do ranking ATP, só ganhou sete pontos. Nadal tem agora 22 Grand Slams, mais dois do que Djokovic e Federer, e chegou ao 14.º título em Roland Garros, agravando a distância para os oito de Max Decugis (com o pormenor de as vitórias do francês terem sido entre 1903 e 1914).
Nadal voltou assim às vitórias no seu palco predileto depois de na época passada ter caído nas meias-finais e engordou da melhor forma uma temporada muito afetada por lesões, sendo que o tenista espanhol saiu lesionado do Masters de Roma há menos de um mês, mas que já contava com a conquista do Open da Austrália. Aos 36 anos, Nadal alcançou em Paris aquele que é provavelmente o maior feito da história do ténis e um dos maiores feitos do desporto internacional, atingindo números que dificilmente alguma vez serão equiparados.
It's your moment @RafaelNadal ????#RolandGarros pic.twitter.com/Qg35kC7TGM
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“Quero agradecer à minha equipa, à minha família, a toda a gente que está sempre lá. É fantástico… As coisas que aconteceram este ano. Quero agradecer-vos muito. Sem vocês isto não era possível e sem qualquer dúvida de que, sem vocês, já estaria reformado. Obrigada a todos os que tornam este evento possível. Para mim e para muitos os que adoram a história deste desporto, é o melhor torneio do mundo. É difícil explicar o que sinto. Claro que não acreditava que ia estar aqui, aos 36 anos, a jogar mais uma final no court mais importante da minha carreira. Significa muito. Só quero dizer: merci, merci beaucoup [obrigado, muito obrigado]”, disse o tenista, que contou com o apoio do rei Filipe VI nas bancadas e que não escondeu as lágrimas de emoção no momento em que ouviu o hino espanhol pela 14.ª vez na terra batida da capital francesa.
Nadal venceu pela primeira vez em Roland Garros em 2005, há 17 anos, conquistando depois o troféu em 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2017, 2018, 2019, 2020 e agora em 2022, num domínio sem paralelo na história do ténis. Com uma presença muito improvável em Wimbledon, o espanhol ganhou o segundo Grand Slam do ano, cavalgou a ausência prolongada de Federer e o facto de Djokovic ter falhado o Open da Austrália e deu mais um passo rumo a um patamar cada vez mais claro: ser o melhor tenista de todos os tempos.
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