Os motoristas da Carris Metropolitana ao serviço da empresa Alsa no Montijo não entraram esta segunda-feira ao serviço de forma habitual devido a um problema operacional que os deixou sem saber que trajetos iriam fazer, disse à Lusa fonte sindical.

Em declarações à Lusa, Manuel Oliveira, do Sindicato dos Motoristas e Outros Trabalhadores, explicou que na Broega (Sarilhos Grandes, concelho do Montijo, distrito de Setúbal) os motoristas, “de forma espontânea, não pegaram ao serviço porque terá havido um problema operacional e estes motoristas não sabiam que serviço iriam fazer, e a maior parte não conhecia os percursos dos serviços”.

Segundo o representante, os trabalhadores insurgiram-se contra a situação, porque consideram que deveria já estar “devidamente previsto e foram confrontados com uma situação que deu origem a uma paralisação por completo”.

“Alegadamente, a TML [Transportes Metropolitanos de Lisboa] atrasou-se no envio dos serviços, neste caso em concreto para a empresa Alsa, o que causou perturbações tremendas”, explicou.

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No domingo, a partir das 21h00, o sindicalista foi contactado por “inúmeros motoristas” que àquela hora ainda não tinham conhecimento do serviço adstrito para esta segunda-feira, pelo que a preocupação dos trabalhadores “foi tremenda”.

É uma situação que não beneficia ninguém – nem trabalhadores, nem empresa e muito menos os utentes que necessitam do transporte”, afirmou.

Para a resolução do problema, indicou, a TML tem de ser “um pouco mais competente e mais célere na informação que tem de enviar a estas empresas para que isto possa correr como seria expectável num país de primeiro mundo”.

Manuel Oliveira adiantou ainda que o sindicato já esteve reunido com a empresa, que se comprometeu “dentro das suas possibilidades” a resolver a situação. A administração da Alsa (que substituiu a TST – Transportes Sul do Tejo) irá reunir-se com a TML.

“Não sabemos o teor da reunião e o que irá sair dessa reunião, espero que aquilo que sair sirva aos trabalhadores”, afirmou, referindo-se não só aos motoristas, mas também aos funcionários que estão nos quiosques, também fechados esta segunda-feira porque o “sistema estava inoperativo para carregar os passes”.

“Se abrissem iriam ter mais críticas ainda, pelo que optaram por ficar fechados”, sublinhou.

Segundo o sindicato, a Alsa transmitiu que nos próximos 15 dias os trabalhadores iriam realizar os mesmos serviços que faziam antes do seu ingresso nesta empresa, ou seja, os serviços feitos pela TST, já que estes trabalhadores conhecem bem o serviço, e os utentes conhecem os percursos e as carreiras.

A Lusa questionou a TLM esta segunda-feira e já na semana passada sobre problemas operacionais (como insuficiência de autocarros face ao número de passageiros, como referido em queixas de utentes), mas ainda não obteve uma resposta.

Os novos autocarros amarelos da Carris Metropolitana começaram a operar em 1 de junho em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, num primeiro passo para uniformizar os transportes rodoviários de passageiros em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

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Os autocarros destes concelhos têm também desde quarta-feira passada uma nova numeração das carreiras, novos horários, uma redução de 902 tipos de bilhetes para apenas três, novo design nos passes e bilhética e algumas, embora poucas, alterações à localização das paragens.

A nova operadora metropolitana foi criada para uniformizar o serviço público rodoviário nos 18 municípios da AML.

Foram criadas quatro zonas de operação, duas envolvendo municípios da margem norte do Tejo e outras duas na margem sul.

A área 1 inclui Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra, a área 2 Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, a área 3 Almada, Seixal e Sesimbra e a área 4 Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal.

Nas restantes áreas, a operação começará dentro de um mês, em 1 de julho.