Depois de o Senado dos Estados Unidos ter falhado, mais uma vez, o acordo sobre a lei das armas, no final do mês de maio, os senadores democratas e republicanos chegaram finalmente a um esboço para alterar as regras de acesso a armas de fogo, o que poderá significar o desbloqueio de anos de impasse sobre esta lei, anunciaram este domingo — um dia depois de várias manifestações nas ruas por uma mudança na lei.
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O plano pretende então alcançar a restrição de medidas relacionadas com as armas de fogo, num momento em que têm sido noticiados ataques com recurso a armas de fogo todas as semanas. O documento foi assinado por 10 republicanos e por 10 democratas, avançou este domingo o jornal The New York Times.
Entre as medidas que poderão estar em cima da mesa estão, por exemplo, o financiamento para apoios relacionados com saúde mental, aumento da segurança nos espaços escolares e financiamento aos vários estados, para que estes possam fiscalizar e confiscar armas a pessoas identificadas como potencialmente perigosas.
Uma das propostas mais relevantes, e que tem sido, discutida, é o registo dos compradores de armas com menos de 21 anos. Outra das medidas é a proibição de aquisição de armas de fogo a pessoas que foram condenadas por violência doméstica, possível através da verificação de cadastro no momento de compra de uma arma.
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Embora esta proposta não toque em medidas mais restritivas em relação à compra de armas, e que foram defendidas por Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, este poderá ser o primeiro passo para acabar com um impasse que dura há vários anos. Biden falou recentemente, por exemplo, na necessidade de alteração da lei para impedir que pessoas com menos de 18 anos (como acontece nalguns estados) possam adquirir armas, independentemente de terem registo criminal.
“A ideia de que um jovem de 18 anos pode entrar numa loja e comprar armas de fogo que foram feitas para matar é errada“, reconheceu o presidente norte-americano, depois de um massacre numa escola primária no Texas.
O desbloqueio à alteração à lei das armas é agora uma realidade, uma vez que o acordo é apoiado por dez republicanos, o que significa que existe a possibilidade de juntar os 60 votos necessários para alterar a lei.