Nos últimos dias, os confrontos intensificaram-se em Severodonetsk. É nessa cidade da região de Luhansk, no leste da Ucrânia, que a Rússia concentra atualmente os seus esforços militares, com vista a conquistar essa e outras localidades. Este sábado, o Ministério da Defesa britânico informou que o Exército russo está a atacar “intensivamente” a cidade com recurso a artilharia e meios aéreos para tentar “esmagar as defesas ucranianas”. O conflito na região estará a provocar um grande número de baixas em ambos os lados.

O governador regional, Serhiy Gaidai, prevê que os russos usem todo o seu poderio militar para tentar capturar a cidade em poucos dias, adiantando, segundo o jornal The Kyiv Independent, que as tropas russas destruíram este domingo três pontes em Severodonetsk, numa tentativa de bloquear o acesso à cidade.

As declarações de Gaidai fazem eco da atualização deste domingo da inteligência britânica: “A Rússia está a utilizar a sua força e artilharia superiores para controlar gradualmente Severodonetsk e arredores”, informou o Ministério da Defesa do Reino Unido. Fonte do Departamento da Defesa norte-americano adiantou ao The Washington Post que é provável que a Rússia conquiste toda a região de Luhansk em poucas semanas. O Exército ucraniano tem sofrido duras perdas e tem tido falta de material, justificou a mesma fonte.

Um dos objetivos de Moscovo é conquistar Luhansk e Donetsk, que constituem a região de Donbass, na zona este da Ucrânia, em parte dominada por grupos separatistas russos. Referindo-se à situação nessa parte do território, Volodymyr Zelensky garantiu na mensagem divulgada este sábado que “Donbass está a resistir”, lembrando que a Rússia esperava controlar a região “no início de maio”. “Este já é o 108.º dia de guerra. As perdas sofridas pelos invasores, sobretudo nesta direção, são muito significativas”, defendeu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No sábado, o autarca Alexander Stryuk disse à BBC que as forças russas controlavam um terço de Severodonetsk, embora, de acordo com o Ministério da Defesa do Reino, continuassem sem conseguir avançar na zona sul da cidade. Este domingo de manhã, o governador de Luhansk garantiu que os invasores ainda não tinham conseguido bloquear a fábrica de químicos de Azot, o centro da resistência na cidade, onde várias centenas de civis se encontram refugiados em abrigos anti-bomba. “Azot não está bloqueada. A luta continua nas ruas perto da fábrica”, declarou Gaidai, na televisão nacional.

Este sábado, os confrontos provocaram um incêndio na fábrica. Segundo Serhiy Gaidai, o fogo começou depois de toneladas de gasolina terem vazado dos radiadores danificados. O governador não adiantou se o incêndio foi controlado e se provocou feridos ou vítimas mortais. De acordo com as contas dos oficiais ucranianos, há cerca de 800 civis na fábrica.

O governador informou ainda este domingo que a situação permanece difícil na Toshkivka, nos arredores de Severodonetsk, mas que as forças ucranianas conseguiram bloquear o avanço do exército russo em Popasna. A localidade de Lysychansk, na mesma região, tem sido também alvo de ataques intensos por parte das forças invasoras.