A Meta, a dona de empresas como o Facebook, o Instagram ou ainda da empresa de “headsets” de realidade virtual Oculus, lançou mais ferramentas de controlo parental, que pretendem resguardar os adolescentes no uso de equipamentos de realidade virtual e também no Instagram.
No caso da rede social Instagram, onde já existiam algumas hipóteses de controlo parental, a Meta indica que se trata de um reforço daquilo que os pais e tutores vão poder fazer. Será possível enviar convites aos filhos para iniciarem as ferramentas de supervisão, por exemplo. Anteriormente, este tipo de convite podia partir apenas dos adolescentes para os pais ou tutores. Além disso, os adultos vão poder agora definir quanto tempo por dia ou por semana é que os mais novos podem usar o Instagram.
O anúncio da Meta detalha ainda que os pais poderão ver mais informação sobre alguma publicação ou conta que tenha sido denunciada pelos filhos, “incluindo quem é que foi reportado e qual o tipo de denúncia”.
A empresa explica que estas ferramentas vão chegar este mês, de forma gradual, a alguns mercados, “incluindo o Reino Unido, Japão, Austrália, Irlanda, Canadá, França e Alemanha”, tendo ainda planos para “lançar estas funcionalidades globalmente antes do final do ano”. No caso dos utilizadores norte-americanos, que já podiam ter os controlos parentais definidos, as novas ferramentas já estão disponíveis.
Também haverá mudanças no tipo de conteúdo sugerido aos adolescentes. “Os adolescentes em alguns países vão começar a ver uma notificação que os encoraja a mudar para um tema diferente se estiverem a ver repetidamente o mesmo tipo de conteúdo na página Explorar”. A empresa justifica que esta mudança pretende encorajar os mais novos a “descobrir algo novo e a excluir determinados tópicos associados às comparações de aparência”.
Alguns estudos têm apontado o Instagram como uma das redes que mais contribuía para distorções na perceção de imagem dos mais novos. A empresa recorre a um estudo feito externamente para argumentar que avisos durante o uso de redes sociais poderão ser benéficos, indicando que 58,2% dos inquiridos concordava que os avisos ajudavam a ter uma experiência mais consciente do uso de redes sociais. “A nossa experiência interna mostra que também estão a funcionar: durante o período de teste de uma semana, um em cada cinco adolescentes que viram os avisos mudaram para um tema diferente”, garante a empresa.
E, depois dos adultos, também as contas detidas por adolescentes vão ser incentivadas a fazerem pequenas pausas do Instagram. A diferença é que até as pausas vão ser incentivadas por Reels, a atual ferramenta preferida deste rede social. “Os lembretes vão ter Reels desenvolvidos por jovens criadores”, diz a empresa. Por agora, esta funcionalidade está em teste nos Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. “Serão lançados nestes e noutros países adicionais mais tarde este verão”, indica o comunicado da Meta.
No caso dos dispositivos de realidade virtual Quest, fabricados pela Oculus, empresa comprada pelo Facebook/Meta em 2014, os pais vão poder aprovar os downloads e compras feitos pelos adolescentes com 13 ou mais anos. Por definição, estas compras estarão bloqueadas de acordo com os parâmetros etários, mas os adolescentes podem enviar pedidos aos pais. O pedido vai gerar uma notificação aos pais ou tutores, que poderão aprovar ou não a compra.
Outra ferramenta passa ainda pelo bloqueio de aplicações específicas que possam ser vistas como inapropriadas. Os pais vão também poder ver todas as aplicações que o adolescente tenha instalado e ainda receber alertas sempre que sejam feitas compras nos dispositivos de realidade virtual.
Os pais vão ainda poder controlar a lista de amigos dos filhos na Oculus Friends ou perceber quanto tempo é que passaram a jogar. Mas, à semelhança dos controlos parentais no Instagram, também aqui o processo terá de ser iniciado pelo adolescente.
A empresa vai também lançar um novo portal para a “educação dos pais”, que incluirá um guia para supervisão parental na realidade virtual.