Milhares de pessoas manifestaram-se no sábado, pacificamente, em Munique, contra a realização da cimeira do G7 que começa no domingo na região, apelando aos líderes políticos mais ação em prol do clima.

A manifestação foi convocada por cerca de quinze Organizações Não-Governamentais (ONG) de defesa do meio ambiente e combate às desigualdades, e os manifestantes usaram como palavra de ordem: “Crise climática, extinção de espécies, desigualdades: equidade é outra coisa!”.

Os organizadores esperavam cerca de 20.000 pessoas na capital da Baviera para este desfile na esplanada onde é realizada, todos os anos, a “Oktoberfest” (Festival da Cerveja).

Antes da partida da marcha, a Polícia mencionou a participação entre 3.500 e 4.000 pessoas.

Defensores do meio ambiente quiseram fazer ouvir suas vozes antes que os líderes dos sete países mais industrializados do planeta (G7) se reúnam até terça-feira no Castelo d’Elmau, a cem quilómetros de distância de Munique, no sopé dos Alpes bávaros.

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Na multidão colorida de ativistas, mas também aposentados, apreciadores da natureza e jovens preocupados com a crise climática, foram ouvidas palavras de ordem como “Só temos um planeta”, “Salve o mundo”, “Chega de renováveis, sem guerra”, noticia a agência France Presse.

“O que está a ser feito para deixarmos o mais rapidamente os combustíveis fósseis? O que se está a fazer para impedir a extinção de espécie?”, questionou Viviane Raddatz, da ONG World Wide Fund for Nature (WWW), os Chefes de Estado e de Governo do G7 (Alemanha , Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão eReino Unido).

“Os países do G7 são responsáveis por um terço das emissões de gases de efeito estufa, apesar de representarem apenas 10% da população mundial“, disse Illayda, 21 anos, do WWF.

“Na Índia, as pessoas estão a morrer porque as temperaturas estão a alcançar os 50 graus Celsius”, disse Fiona, uma ativista da OMG Greenpeace.

Uma grande força policial foi mobilizada para o centro de Munique, pois as autoridades alemãs querem a todo custo evitar as explosões violentas que mancaram em grande parte a cimeiras do G20 (Grupo das 20 maiores economias mundiais, que inclui a União Europeia) e que foi realizada em 2017 em Hamburgo, no norte da Alemanha.

Durante a cimeira em Hamburgo registaram-se carros incendiados, lojas saqueadas, confrontos com policiais e “blocos negros”. A violência ofuscou em grande parte os debates dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, noticia a agência France Presse.

Outras ações de protesto contra a cimeira do G7, nos arredores de Munique, estão projetadas, sob forte escolta policial, nomeadamente, um desfile no domingo em Garmisch-Partenkirchen, a cidade mais próxima do Castelo d’Elmau.