A ex-chanceler alemã Angela Merkel vai presidir ao júri do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros, sucedendo ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio, anunciou esta quinta-feira a Fundação.
“Trata-se do primeiro cargo aceite por Merkel desde que cessou funções como chanceler em dezembro de 2021“, destacou a Fundação Calouste Gulbenkian, em comunicado.
O Prémio Gulbenkian para a Humanidade distingue pessoas, grupos ou organizações de todo o mundo que se destaquem no combate à crise climática. Foi atribuído pela primeira vez, em 2020, à jovem ativista sueca Greta Thunberg, que decidiu distribuir o montante por vários projetos ambientais e humanitários.
Ativista Greta Thunberg vence prémio Gulbenkian para Humanidade no valor de um milhão de euros
Entre as potenciais áreas de reconhecimento pelo prémio, estão as que possam contribuir para reduzir ou remover emissões de gases com efeito de estufa, as ações para aumentar a resiliência das pessoas e do ambiente aos impactos das alterações climáticas e ainda a mobilização de recursos financeiros, públicos ou privados, para acelerar a descarbonização da economia.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao Pacto de Autarcas para o Clima e Energia, a maior aliança global para a liderança climática das cidades, sendo constituída por mais de 10.600 cidades e governos locais de 140 países, incluindo Portugal, de acordo com a informada divulgada pela fundação.
O montante do prémio foi utilizado para apoiar a transição energética e a resiliência climática em África, tendo sido financiados “projetos de grande dimensão” em cinco cidades no Senegal (fornecimento de água potável) e numa cidade nos Camarões (desenvolvimento de soluções de eficiência energética).
Fazem parte do júri, Miguel Bastos Araújo (investigador no Museu Nacional de Ciências Naturais, em Madrid e catedrático de Biogeografia na Universidade de Évora, Prémio Pessoa 2018), Hans Joachim Schellnhuber (fundador e diretor emérito do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático e professor emérito na Universidade de Tsinghua, na China), Johan Rockström (diretor do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático e Professor de Ciências do Sistema Terrestre na Universidade de Potsdam), Miguel Arias Cañete (antigo comissário europeu da Energia e Ação Climática), Rik Leemans (diretor do Grupo de Análise de Sistemas Ambientais, Universidade de Wageningen e Wageningen e editor-chefe da revista internacional Current Opinion in Environmental Sustainability), Runa Khan (fundadora e diretora executiva da ONG Friendship e presidente da Global Dignity Bangladesh) e Sandra Díaz (bióloga, professora de Ecologia na Universidade Nacional de Córdoba e membro da Royal Society) e Sunita Narain (diretora do Centro de Ciência e Ambiente em Deli e editora da revista Down To Earth).