Quase 20 pessoas, nem todas de pijama como pedia a organização, participaram hoje numa ação simbólica junto à estação ferroviária de Santa Apolónia, em Lisboa, para exigir o regresso das ligações de comboio para Madrid (Espanha) e Hendaye (França).

As ligações ferroviárias para Madrid e Hendaye, em que grande parte do trajeto era feito durante a noite, foram suspensas há dois anos com a pandemia da covid-19.

Hoje, uma iniciativa promovida pelo movimento Aterra – Campanha pela Redução do Tráfego Aéreo e por uma Mobilidade Justa e Ecológica reclamou a reposição do serviço ao som de música e com passos de dança, com alguns dos participantes vestidos de pijama ou de roupão, com almofadas ou peluches nas mãos e alguns transeuntes a assistirem.

Ao mesmo tempo, Madrid encenava um protesto semelhante, também em formato de ‘flash mob’, e esperava-se o mesmo em Hendaye, localidade francesa onde os passageiros costumavam fazer o transbordo para Paris.

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“A Europa está a manter e a melhorar as ligações ferroviárias, mas Portugal está atrasado, estamos isolados”, lamentou à Lusa Anne Fauquet, membro do movimento Aterra que se fez acompanhar do cão “Yaku”.

Além da reposição dos comboios Lusitânia, para Madrid, e Sud Expresso, para Hendaye, o movimento exige meios de reserva de bilhetes “mais simples”, tarifas mais acessíveis e serviço de transporte de bicicletas e de animais de companhia.

Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, associou-se à iniciativa. Não dançou, mas assistiu ao ‘flash mob’ vestido de pijama, com uma almofada branca na mão e segurando uma faixa onde se lia “Comboios noturnos, o futuro da noite para o dia”.

“O arranque novamente dos comboios noturnos a partir de Santa Apolónia é uma exigência perfeitamente legítima, e possível desde que haja entendimento entre os governos e as empresas dos diferentes países”, afirmou, apontando que o comboio “é o meio de transporte mais sustentável do ponto de vista ambiental”.