O presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins (PS), manifestou-se esta segunda-feira surpreendido com as declarações do homólogo de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), sobre o abandono do projeto da Feira Popular, que também envolve aquele município e o da Amadora.

Foi com surpresa que tomei conhecimento das declarações do engenheiro Carlos Moedas relativamente à futura Feira Popular, que, como é do conhecimento público, trata-se um projeto que envolve também os municípios de Odivelas e da Amadora”, afirmou Hugo Martins, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, acrescentando ficar a aguardar por uma “comunicação formal” por parte da Câmara de Lisboa.

Numa entrevista à Rádio Renascença, o social-democrata Carlos Moedas disse que é preciso repensar o conceito de Feira Popular, considerando que “parques de diversão no centro de cidade não fazem o mesmo sentido que faziam no passado”.

Carlos Moedas defendeu ainda que o projeto deve priorizar a construção de “um parque verde com equipamentos para as pessoas”, com a possibilidade de uma parte do espaço na freguesia de Carnide ter alguns equipamentos de diversão.

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As ideias do autarca do PSD já estavam inscritas no programa eleitoral da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), com o qual conquistou a presidência da Câmara de Lisboa nas autárquicas de 2021 e em que se comprometeu a “transformar o atual projeto da Feira Popular”, apresentado em 2015 pelo anterior executivo camarário sob a presidência do socialista Fernando Medina, “para prever um novo parque urbano, com equipamentos de lazer e desporto, incluindo uma nova piscina exterior natural em Carnide, de grande dimensão, ambientalmente inovadora”.

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal da Amadora disse ser “extemporâneo prestar mais declarações”.

A Lusa questionou o gabinete do presidente da Câmara de Lisboa sobre a alteração ao projeto da futura Feira Popular em Carnide, aguardando ainda uma resposta.

O projeto foi anunciado em 3 de novembro de 2015 e as obras arrancaram um ano depois, com as demolições dos edifícios existentes no terreno localizado na freguesia de Carnide, para criar um parque urbano de 20 hectares.

Em março de 2021, o então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, disse que o parque verde da futura Feira Popular deveria abrir “antes do verão”, justificando o atraso na obra com a pandemia de Covid-19 e revelando o objetivo de lançar ainda nesse mandato o concurso relativo à concessão para a operação do equipamento.