Em Higienópolis, um dos bairros mais ricos de São Paulo, uma figura misteriosa chama a atenção de quem passa. A mulher apresenta-se como Mari, vive numa mansão abandonada e cobre o rosto com uma camada de pomada branca.

“Mas Mari não é quem diz ser”. A descoberta foi feita pelo jornalista Chico Felitti, da Folha de São Paulo, que decidiu contar a história de Margarida Bonetti no podcast “A Mulher da Casa Abandonada” — que já conta com cinco episódios, que são lançados semanalmente.

Por detrás da figura misteriosa que vive numa mansão sem rede de esgoto, esconde-se uma mulher que está fugida ao FBI há mais de 20 anos. A razão? Está acusada de ter cometido “um crime hediondo” nos EUA, onde manteve uma empregada doméstica em cárcere privado em Gaithersburg.

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Margarida Bonetti e o seu marido à época, Renê, aplicavam vários castigos à vítima como obrigá-la a dormir no porão da casa, não lhe pagar um salário, atirar-lhe água quente para a cara ou trancar o frigorífico para impedir que se alimentasse, descreve o jornal O Liberal.

Para não ser condenada pelo crime, a mulher fugiu para o Brasil, país que não expatria cidadãos nacionais para serem julgados noutras regiões do mundo. Por sua vez, Renê — brasileiro naturalizado como americano — foi condenado a seis anos e meio de prisão nos Estados Unidos e teve que pagar indemnização de 100 mil dólares ao estado norte-americano e 110 mil à vítima, segundo o brasileiro O Povo. As últimas informações sobre Renê Bonetti davam conta de que estava a trabalhar para uma empresa de tecnologia norte-americana, que presta serviços à NASA.

A história de “Mari”, o nome escolhido pela mulher para se apresentar aos vizinhos, rapidamente ficou popular nas redes sociais. Foram até criadas páginas de Instagram que seguem o caso e que atualizam os fãs sobre o mesmo.

A curiosidade levou os turistas a visitarem a mansão abandonada, mas desde que o podcast ficou viral e se tornou no mais ouvido do Spotify no Brasil, a mulher nunca mais foi vista. Pensa-se que Margarida Bonetti fugiu, tendo deixado para trás as suas duas cadelas. Os animais foram resgatados no fim de semana pela ONG brasileira Instituto Luísa Mell e pelo polícia Bruno.