Um sismo de magnitude 2,4 (Richter) foi esta terça-feira sentido na ilha de São Jorge, nos Açores, elevando para 298 os abalos percecionados pela população desde março, indicou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Em comunicado, o CIVISA refere que o mais recente abalo foi sentido às 07h33 locais (08h33 em Lisboa), com intensidade máxima IV (Escala de Mercalli Modificada), nas freguesias de Santo Amaro, Velas e Urzelina (concelho de Velas, ilha de S. Jorge).

De acordo com o ponto de situação feito às 22h00 de segunda-feira feito pelo CIVISA quanto à crise sismovulcânica na ilha de São Jorge, tinham sido contabilizados um total de 42.590 eventos de baixa magnitude e de origem tectónica”, dos quais 297 sentidos pela população.

Quanto à ilha de São Jorge, “globalmente, a atividade sísmica das últimas semanas apresenta uma ligeira tendência decrescente, por vezes interrompida por pequenos períodos de maior frequência e/ou energia libertada, situando-se presentemente os hipocentros, no geral, a profundidades superiores a cinco quilómetros”, descreve o CIVISA.

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A 8 de junho, o CIVISA baixou o nível de alerta na ilha de São Jorge de V4 (ameaça de erupção) para V3 (sistema ativo sem iminência de erupção).

A diminuição da atividade sísmica, ainda que de forma lenta, e a observação de tal padrão ao longo das últimas semanas, assim como a ausência de outros sinais anómalos ao nível da deformação, dos gases e das águas, levaram a determinar a descida do nível de alerta científico”, justificou.

A ilha estava desde 23 de março, às 15h30 (16h30 em Lisboa), com o nível de alerta vulcânico V4 de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”, na sequência da crise sismovulcânica registada desde 19 de março.

Antes disso, tinha sido ativado o alerta V2, no dia 20 de março às 00:40, e o V3, no mesmo dia, pelas 02:40.

Não obstante a descida do alerta, “a atividade sísmica continua muito acima dos valores de referência para a região, pelo que se mantém a possibilidade de se registarem eventos sentidos”.

Segundo o CIVISA, também “não se pode excluir a eventual ocorrência de sismos de magnitude mais elevada”.

O CIVISA “mantém os níveis de monitorização” na ilha, ao mesmo tempo que “está a providenciar o reforço da rede de observação sismovulcânica permanente, no sentido de poder detetar sinais precursores de uma nova situação pré-eruptiva”.

O sismo de maior magnitude desta crise (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21h56.