Macau deixou de ter edifícios residenciais isolados devido ao surto de Covid-19, após a região chinesa ter registado zero novos casos comunitários nas últimas 24 horas, pelo quinto dia consecutivo.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus confirmou esta quinta-feira que foram levantadas as medidas de isolamento e controlo a todos os edifícios “de código vermelho“.

Macau passou a ter apenas 15 zonas “de código amarelo“, cujos moradores são obrigados a realizar periodicamente testes de ácido nucleico, sublinhou o centro, num comunicado.

Num outro comunicado, o centro revelou que foram detetados na quarta-feira três novos casos, nenhum dos quais entre a comunidade local.

Numa conferência de imprensa, Leong Iek Hou, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, sublinhou que dois dos novos casos foram encontrados em instalações médicas de isolamento, com o terceiro detetado num hotel de observação médica.

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Já estavam lá há alguns dias, por isso não representam um risco para a comunidade“, defendeu Leong.

Macau saiu no sábado de um confinamento parcial, decretado em 11 de julho, em sintonia com a política de casos zero determinada por Pequim.

Macau pode reabrir na terça-feira, após registar zero novos casos

A chamada fase de “consolidação“, que terminava no sábado, será prolongada por três dias, até 2 de agosto, para permitir a análise de todas as amostras recolhidas durante um novo teste a toda a população, no fim de semana.

Mas Leong Iek Hou revelou esta quinta-feira que, se não houver novos casos comunitários, a partir de sábado a população poderá passar a usar máscaras cirúrgicas ao ar livre.

Atualmente, todos os adultos são obrigados a usar máscaras do “tipo KN95 ou de padrão superior” quando saem de casa.

O chefe da Divisão de Ligação de Assuntos Policiais e Relações-Públicas dos Serviços de Polícia Unitários de Macau disse que as autoridades estão “a tentar o mais cedo possível conseguir chegar a um consenso” com a cidade vizinha de Zhuhai para reabrir as fronteiras com a China continental.

Cheong Kin Ian sublinhou que “não há um prazo estipulado“, mas admitiu que o critério estipulado pelo Governo central — sete dias consecutivos sem casos comunitários — “será uma das hipóteses”.

Em 28 de junho, a Comissão Nacional de Saúde chinesa reduziu o período de quarentena para quem entra na China de cerca de 21 dias para sete, em instalações designadas pelo Governo, e mais três em casa.

No início do atual surto de Covid-19, em 18 de junho, Zhuhai impôs uma quarentena de sete dias, em hotéis designados, para quem chegava de Macau. Mas a 14 de julho, a cidade, que também enfrentava na altura um surto, deixou de aceitar pessoal de Macau em quarentena.

O território, que tinha registado cerca de 80 casos desde janeiro de 2020, foi atingido em junho pelo pior surto enfrentado desde o início da pandemia, que infetou mais de 1.800 pessoas, a maioria casos assintomáticos, e provocou seis mortos, todos idosos com doenças crónicas.