A artista plástica portuguesa Ana Ventura venceu, por unanimidade, o Prémio Nacional de Ilustração 2021 com o livro “Mudar”, revelou esta sexta-feira a Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas.

O júri apreciou a originalidade da sucessão gráfica, apoiada numa paleta cromática escolhida de forma significativa, sobretudo no contraste entre o azul e o amarelo”, lê-se na justificação do júri, em nota de imprensa.

O júri da 26.ª edição do Prémio Nacional de Ilustração atribuiu ainda duas menções especiais às obras “Desenhar do escuro”, de António Jorge Gonçalves, e “Diosario”, de Mariana Rio, com texto de Elena Fernandez Ferro.

“Mudar”, editado em setembro de 2021 pela editora Pato Lógico, é uma narrativa visual, sem palavras, sobre alguém que parte para outro local, onde terá novos hábitos e rotinas, e encontrará novas paisagens e pessoas.

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Este livro é uma metáfora sobre os dias de hoje em que todos nós, seja pela aventura, pelo trabalho, pela religião, pela guerra, por amor, pela família, pela curiosidade, viajamos, circulamos, mudamos e nos misturamos pelo mundo fora”, explica a autora na sua página oficial.

Visualmente, o livro é composto sobretudo em duas cores, amarelo e azul, que dialogam em contrastes, entre luz e sombra.

A ilustração conta com muitos elementos da natureza, em particular plantas e árvores, característicos do trabalho artístico de Ana Ventura.

Segundo a artista, “Mudar” inspira-se ainda na sua própria história de vida, por ter emigrado em 2015 para a Bélgica, onde vive e trabalha.

Ana Ventura, nascida em Lisboa em 1972, é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e tem formação também em gravura e ilustração.

Expõe regularmente desde 1996, tanto em Portugal como no estrangeiro.

O seu trabalho artístico estende-se da fotografia à ilustração, da cerâmica ao desenho em vários suportes e técnicas, incluindo colagens e bordado em tecido.

Tem vários livros publicados, quase todos em parceria com outros autores, como “Nove storie sull’amore”, de Giovanna Zoboli, “Thoughts make no noise”, de Magikon Forlag, e “O rapaz que não se tinha quieto”, de Rita Taborda Duarte.

Ana Ventura receberá um prémio de 10.000 euros, além de 1.500 euros para comparticipar a deslocação à Feira do Livro de Bolonha, em Itália.

Os dois autores das menções especiais também receberão 1.500 euros para deslocação àquela feira.

O júri foi constituído por José Teófilo Duarte, Dora Batalim e Ana Marta Araújo.

A esta edição concorreram 65 obras de 56 ilustradores, publicadas em 2021.

O Prémio Nacional de Ilustração, criado em 1996, é uma iniciativa da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.