Qual vai ser o impacto do mecanismo ibérico para travar o preço da eletricidade na fatura dos clientes? A Goldenergy, uma das principais comercializadoras junto dos clientes domésticos, esclareceu esta segunda-feira que ainda não tem informação disponível sobre os custos a imputar aos seus clientes pelas compensações a pagar às centrais a gás.

A empresa considera que o mecanismo ibérico representa um benefício, no entanto, assinala que há também “um custo que não está refletido no preço dos mercados grossistas e que visa compensar os produtores de energia elétrica a partir do gás natural face à diferença entre o preço de referência agora fixado e o preço efetivo do mercado”. Esse custo é distribuído pelos agentes do mercado, centrado nos clientes que também colhem os benefícios do mecanismo. Mas até agora a “imputação desses custos ainda não aconteceu. Não temos informação disponível para quantificar o que o mesmo representa para a Goldenergy, pelo que é ainda prematuro definir qual será o impacto os preços finais para os consumidores”.

O esclarecimento surge depois de o presidente da Endesa Portugal ter admitido aumentos até 40% no preço na fatura dos consumidores por terem de suportar os custos da subsidiação às centrais térmicas. Este seria um custo escondido do mecanismo de teto ao preço do gás que desliga o preço da eletricidade no mercado grossista do preço do gás natural. Um custo que seria pago pelos domésticos também. A declaração de Nuno Ribeiro da Silva, em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, suscitou várias reações: O Governo afastou afastar aumentos daquela dimensão e considerou as declarações “alarmistas”.

Eletricidade. Governo “rejeita declarações alarmistas” do presidente da Endesa. EDP não prevê mais alterações nos preços até ao final do ano

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O regulador ERSE indicou que a maioria das compensações seriam pagas pelas indústrias e que o custo seria sempre inferior ao benefício obtido pela implementação deste teto. A EDP veio afastar aumentos aos seus clientes.

“A atualização do preço da eletricidade da EDP Comercial para os clientes residenciais já entrou em vigor a 1 de julho e representou uma descida média de 2,9%. A EDP Comercial não prevê fazer mais alterações até ao final do ano no preço da eletricidade, salvo se houver situações excecionais no decorrer dos próximos meses. Nessa altura, as tarifas serão atualizadas pela empresa face às condições de mercado.”

Já esta segunda-feira, a Endesa num curto esclarecimento comprometeu-se a manter os preços contratuais com os seus clientes residenciais em Portugal até ao final do ano. E garantiu que a elétrica “cumprirá os compromissos estabelecidos no quadro regulatório português e no mecanismo ibérico”. O Observador está a tentar contactar o presidente da Endesa Portugal desde domingo, ainda sem resultado.

Comunicado da Endesa