A pergunta tem sido uma constante ao longo de todo o mercado de verão: onde é que o Barcelona, que luta contra problemas financeiros há vários anos, que deixou Messi ir embora por não ter dinheiro para lhe pagar, que há um ano andava a renegociar contratos para conseguir inscrever os reforços, foi arranjar dinheiro para se tornar o rei da atual de janela de transferências? Afinal, tem de existir uma resposta. E existem várias.

Em resumo, o Barcelona já gastou mais de 150 milhões de euros em contratações desde que o mercado abriu, no final da época passada: Lewandowski custou 45+5 milhões, Raphinha custou 58 milhões, Koundé custou 50 milhões e tanto Christensen como Kessié chegaram a custo zero. Ainda assim, o ataque dos catalães promete não ficar por aqui e ainda é possível e provável que chegue mais um reforço para a defesa, entre as possibilidades Azpilicueta, Marcos Alonso e Reguilón. Pelo meio, a imprensa espanhola tem dado conta de que o clube já está a estudar a hipótese de voltar a receber Messi em Camp Nou — algo que, a acontecer, será só em 2023 e no final da época que está agora a arrancar.

O milagre da multiplicação: Barcelona contrata Koundé, já gastou 153 milhões e ainda está no mercado (mas quer cortar salário de De Jong)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Como, então, é que Joan Laporta está a conseguir este autêntico milagre financeiro? De várias formas. Antes de tudo, tem conseguido não só novas receitas como um antecipar de verbas que só entrariam a breve e médio prazo. Depois, espera ainda fechar alguns negócios entre excedentários e peças mais importantes do plantel de Xavi: o exemplo paradigmático é Frenkie de Jong, já que o Barcelona está a trabalhar na necessidade de vender o médio neerlandês (com o Manchester United a ser o principal interessado) ou então de o convencer a aceitar um corte de cerca de um terço do salário. Pelo meio, Laporta anunciou esta segunda-feira que os catalães acertaram a venda de 24,5% dos direitos da Barça Studios, a televisão do clube, por 100 milhões de euros.

“Assim, cumprimos com nossos deveres e podemos inscrever os jogadores na La Liga sem quaisquer problemas”, disse o presidente do Barcelona à margem da apresentação de Koundé, o central internacional francês, de 23 anos, contratado ao Sevilha. Horas depois, a notícia foi confirmada em comunicado. “O Barcelona anuncia a venda de 24,5% da Barça Studios à empresa Socios.com por 100 milhões de euros para acelerar a estratégia audiovisual do clube. A venda foi concluída em concordância com a autorização dada pela Assembleia-Geral de Sócios do passado dia 23 de outubro”, pode ler-se na nota divulgada pelos meios oficiais do clube.

Assim, com o encaixe de mais 100 milhões de euros, o Barcelona continua a trilhar um caminho que lhe permitiu garantir reforços sonantes e assegurar que os pode inscrever, não correndo o risco de esperar até aos últimos dias do mercado para perceber se pode mesmo contar com os reforços — como chegou a acontecer na época passada.