Frenkie de Jong chegou ao Barcelona no verão de 2019, depois de ter sido um dos elementos mais importantes do Ajax de Erik ten Hag que surpreendeu a Europa ao chegar às meias-finais da Liga dos Campeões. Jogou com Messi, foi o equilíbrio do meio-campo na era pós-Messi e nunca tremeu enquanto o clube mudava de presidente, de treinador e de projeto. Nos últimos meses, foi continuamente associado a uma saída para o Manchester United — até porque, segundo as notícias desta segunda-feira, a relação com os catalães está cada vez mais tensa.

De acordo com o The Athletic, a direção do Barcelona ameaçou De Jong com a invalidação do seu contrato, assim como com um processo judicial, alegando que o vínculo que o neerlandês assinou é ilegal. A ideia dos catalães, segundo a notícia, era anular o contrato que o médio de 25 anos assinou em outubro de 2020, quando o presidente do clube ainda era Josep Maria Bartomeu, onde prolongou a ligação até 2026 e aceitou um corte salarial nas temporadas 2020/21 e 2021/22. Na altura, este acordo — que também aconteceu com Ter Stegen, Piqué e Lenglet — pretendia baixar a folha salarial do Barcelona num cenário pós-pandemia.

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Ora, através de uma carta enviada a De Jong durante o mês de julho, a direção agora liderada por Joan Laporta considerou que os termos da renovação são ilegais e que o processo de término do vínculo poderia mesmo ser levado para os tribunais. Na carta, o Barcelona dava ainda ao jogador a opção de um “pacto amigável” em que o neerlandês regressava voluntariamente às condições do contrato original que assinou em 2019, quando saiu do Ajax, e ainda recuperava os valores de que abdicou em 2020/21 e 2021/22, cerca de 33,5 milhões de euros.

A carta chegou aos representantes de Frenkie de Jong no passado dia 15 de julho — curiosamente, segundo indica o The Athletic, um dia depois de o médio recusar a primeira oferta que o Manchester United colocou e que o Barcelona lhe apresentou. De acordo com a notícia, os advogados do jogador não escondem o mal-estar com a atitude da direção de Joan Laporta e consideram-se pressionados para deixar o clube rumo ao destino que os próprios catalães decidam. Assim, exigem exercer o direito de De Jong de ficar no Barcelona, até porque tem contrato e porque é isso que o neerlandês prefere, ou de, num cenário de saída, ser o próprio médio a decidir o próprio futuro.

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Em reação à notícia, os representantes da antiga direção do Barcelona garantem que os termos da renovação de 2020 são legais e foram aprovados por toda a estrutura do clube, recordando que o contrato de De Jong não foi assunto na auditoria forense encomendada por Joan Laporta quando chegou à liderança. Nos Países Baixos, o Sindicato dos Jogadores garante que o episódio pode ser considerado “extorsão” e já encaminhou o caso para a FIFPro, o sindicato mundial de jogadores de futebol, que está a “monitorizar” a situação.

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