A União Europeia atribuiu uma ajuda humanitária suplementar de oito milhões de euros à República Democrática do Congo (RD Congo), na sequência da deterioração da situação de segurança no leste do país, anunciou esta terça-feira a Comissão Europeia.

Esta nova ajuda, justificada pelo executivo comunitário com o “aumento da violência envolvendo forças regulares e grupos armados não estatais, com consequências devastadoras para a população civil”, eleva o financiamento total prestado pela UE à RDC em 2022 para 54,4 milhões de euros.

A deterioração da situação de segurança nas províncias de Ituri, Kivu Norte e Kivu Sul forçou mais de 700 mil pessoas a fugir das suas casas desde o início do ano. O financiamento adicional permitirá aos nossos parceiros humanitários responder às necessidades mais urgentes, incluindo o apoio às pessoas recentemente deslocadas”, comentou o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarcic.

Esta terça-feira mesmo, o secretário de Estado norte-americano visita Kinshasa, e o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, anunciou na véspera que pretende discutir com Antony Blinken as tensões entre o seu país e o Ruanda.

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A RD Congo e o Ruanda atravessam de novo um período tenso, com Kinshasa a acusar Kigali de apoiar os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), o que as autoridades ruandesas reiteradamente negam.

Depois da África do Sul, primeira etapa da sua deslocação ao continente africano, iniciada no domingo, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, visita os dois países esta semana, seguindo-se o Ruanda à RDCongo.

O Movimento 23 de Março (M23) é uma antiga rebelião dominada pelos tutsis derrotada em 2013, que voltou a pegar em armas no final do ano passado, acusando Kinshasa de não ter respeitado os acordos de desmobilização e reintegração dos seus combatentes.

Para a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW), o secretário de Estado Blinken deve, durante as visitas à RD Congo e ao Ruanda, “expressar claramente as verdades inconvenientes”, “condenar publicamente os ataques do M23 nos termos mais fortes” e “advertir o Ruanda sobre as consequências do seu apoio ao M23”.

Tal como em 2012, o M23 está a cometer crimes de guerra contra civis”, sublinha aquela ONG, especificando que “testemunhas descreveram execuções sumárias de pelo menos 29 pessoas”.