Uma primeira sessão de treinos livres com um 13.º registo a prometer uma possível entrada no top 10, um segundo período à tarde marcado por uma queda que poderia ter outras consequências físicas perante a tentativa de segurar a moto na saída da curva, mais um convite pelo meio para a próxima temporada que chegou da KTM para o projeto GasGas Factory Team (novo nome da Tech3). Emoções não faltaram a Miguel Oliveira no primeiro dia do Grande Prémio da Áustria, que marcava o regresso do português ao traçado do Red Bull Ring, em Spielberg, onde conseguiu a primeira vitória no MotoGP em 2020.

KTM faz último forcing, Miguel OIiveira reabre a porta, Aprilia fica em stand by: “Há uma pequena hipótese, preciso de uns dias para pensar”

“Foi uma pena ter caído no final da sessão. Quis manter a mota dentro da pista, acabei por pisar o corretor, e, com a vibração do corretor, perdi a dianteira. Começámos a sessão com pneus usados e o ritmo não era assim tão mau, apesar de a posição ser péssima. Acabou por ser uma sexta-feira um bocadinho atribulada. Sabíamos que era importante fazer um bom tempo à tarde, porque amanhã [sábado] pode chover de manhã mas, ainda assim, estamos confiantes. Temos ainda algumas coisas a afinar na moto que não estão ainda a 100%. Agora é esperar, adaptar bem às condições e tentar que, durante a manhã, consigamos ter boas condições para ir para a Q2”, tinha referido sobre as suas primeiras sessões de treinos.

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“Há uma pequena hipótese de aceitar a proposta da GasGas, preciso de uns dias para pensar”, comentou o português em declarações à SportTV sobre a nova investida da KTM, assumida pelo diretor Pit Beirer na apresentação de Pol Espargaró como piloto da GasGas. “É algo novo. A oferta ainda não está na mesa. Reforçaram a vontade de me manterem na família. É tudo o que posso dizer, não há nenhuma decisão”, referiu depois aos meios do MotoGP, abrindo a porta a uma possível viragem quando parecia tudo definido para reforçar a RNF Aprilia numa mudança que deveria ser anunciada no início de setembro.

Ficava assim a dúvida do que conseguiria fazer Miguel Oliveira esta manhã, depois dos sinais deixados na segunda sessão de treinos livres antes da queda, mas os TL3 acabaram por frustrar as aspirações de uma entrada na Q2, com o português a ficar pelo 18.º registo (1.29,821) apenas a 0,3 de Brad Binder, o outro piloto da KTM que com 1.29,521 terminou dez posições acima. As distâncias eram curtas, o que deixava o cenário de qualificação completamente em aberto depois de um dia e meio dominado por completo pelas motos da Ducati, bem mais rápidas do que toda a concorrência no Red Bull Ring.

Aleix Espargaró, segundo classificado do Mundial, era outro dos pilotos que tinha de passar pela Q1, na tentativa de evitar males maiores para a corrida. E o espanhol não demorou a cravar o melhor registo nas duas voltas iniciais lançadas, com Miguel Oliveira a ficar com a quarta marca antes de ser ultrapassado por Nakagami. Além da Aprilia, eram as Honda e a Gresini de Fabio Di Giannantonio que surgiam como os principais adversários numa tentativa de chegada à Q2 por parte do português, que depois da quarta sessão de treinos livres tinha ficado algum tempo à conversa com a equipa para tentar melhorar a moto.

O regresso à pista após a passagem pelas boxes foi feita com um autêntico comboio de motos, com Miguel Oliveira a sair com pneu duro à frente e macio atrás para a última tentativa de chegar aos dois primeiros lugares da Q1. Pouco depois, a três minutos e meio do final, Marco Bezzecchi e Álex Márquez caíram na chegada à curva 3 e ficaram de fora da qualificação, sem influência no registo dos restantes pilotos. Como é habitual, o português teve uma segunda volta lançada melhor do que a primeira mas não conseguiu ir além da sétima posição na Q1, saindo assim para o Grande Prémio da Áustria da sexta linha na 17.ª posição apesar de ter feito um grande primeiro sector na última volta que não teve depois prolongamento até final.

À semelhança do que tinha acontecido nas sessões de treino, as Ducati continuaram a mandar na Q2 mas com uma grande surpresa na última volta lançada: Enea Bastianini conseguiu a primeira pole position da carreira no MotoGP, superando as motos de fábrica de Pecco Bagnaia e Jack Miller. Jorge Martín, Fabio Quartararo e Johann Zarco ficaram na segunda linha da grelha, ao passo que Aleix Espargaró não passou da nona posição. Brad Binder, na outra KTM oficial, terminou a Q2 no 12.º e último posto.