O regresso ao Red Bull Ring em Spielberg, que ficará sempre como o traçado onde conseguiu a primeira de quatro vitórias (até ao momento) no MotoGP em 2020 quando estava na Tech3 da KTM, acabou por não ser o mais feliz para Miguel Oliveira. Primeiro, pelo tempo feito nos TL1, com 1.32,422 que deixou o piloto português com o 13.º registo a mais de 0,4 do companheiro de equipa Brad Binder; depois, já na segunda sessão de treinos livres, com uma queda que impediu que terminasse o período com o tempo que ficasse mais próximo dos dez melhores registos com acesso à Q2. No entanto, e por ser também a prova onde joga em “casa” por ser a pista da KTM, o número 88 mostrou-se confiante no fim de semana.

“É uma semana de grande expectativa. Começa tranquila na segunda-feira e o entusiasmo vai aumentando até domingo. Obviamente que chegamos aqui motivados e renovados no espírito, para continuar a pôr todo o esforço em prática e trazer para a Red Bull e a KTM um fim de semana com um bom resultado, que é isso que queremos. Silverstone foi a minha melhor corrida a seco. Terminei a pouco mais de dois segundos do primeiro, em sexto, mas bastante próximos. Acreditamos que a nossa moto pode funcionar aqui. O circuito parece ter ficado com menos aderência, já estamos precavidos nesse aspeto, sabemos o que esperar. Acreditamos que será um bom fim de semana”, comentou aos meios oficiais da competição.

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“Temos uma nova chicane que vai reduzir a velocidade na chegada à curva 3, para tentar evitar que se chegue lá com muita velocidade. Vai ser mais lento, torna a volta mais lenta. Vamos ver o que conseguimos fazer a adaptar na moto, na caixa. Vamos aproveitar o primeiro treino para experimentar trajetórias. Para nós o importante é começar bem e continuar bem. O tempo aqui é incerto mas as nossas previsões não apontam para muita chuva. Para mim é indiferente chuva ou seco. Todos sabem que sou competitivo em chuva, mas espero também ser em seco”, acrescentou ainda sobre a possibilidade de chuva.

“Estou feliz por saber que encontrou uma boa equipa. A Aprilia não é nada má, será interessante”: KTM (também) confirma saída de Oliveira

No entanto, Miguel Oliveira foi sobretudo notícia esta sexta-feira não pelo tempo ou pela queda mas sim pela possibilidade de ser protagonista de mais um volte-face no seu futuro, depois de ter sido apontado à Ducati para reforçar a Gresini Racing e de ter sido dado como certo até pelas outras marcas no projeto novo da Aprilia com a RNF: a KTM apresentou este fim de semana uma nova proposta ao português para continuar na marca, neste caso na Tech3 que passará a ter o nome de GasGas a partir de 2023. A notícia foi conhecida na apresentação de Pol Espagaró para a próxima época, depois da passagem pela Honda.

Agora é (quase) oficial: Miguel Oliveira vai mudar para a Aprilia. O que falta? “Está tudo pronto mas se patinar custa uma multa enorme…”

“Ainda não podemos confirmar o nosso segundo piloto. Há a possibilidade de manter o nosso amigo Miguel Oliveira na família, mas de momento não está nada decidido. Vamos ter de esperar um pouco mais. Hoje terá uma nova oferta”, confirmou Pit Beirer, diretor desportivo da equipa da KTM, à margem da apresentação do piloto espanhol que regressa à formação austríaca após um ano muito modesto na equipa principal da marca japonesa, ocupando nesta fase a 17.ª posição na classificação do Mundial.

“O pai informou que podiam deixar de contar com ele”: KTM “desiste” de Miguel Oliveira e mudança para RNF Aprilia ganha mais força

“Temos de esperar. A KTM ainda está tentar, na expectativa de uma posição do Miguel. O Pit Beirer disse há minutos à imprensa que fez uma nova oferta, mas está tudo em aberto. Há muitos nomes. Os nossos pilotos ainda estão no campeonato. O Pit falou sobre o Miguel, mas creio que nada será decidido antes de Misano”, comentou também Hervé Poncharal, chefa da Tech3 futura GasGas Factory Tem, na rubrica Inside The Paddock já depois de ter confidenciado que o pai e agente do piloto português, Paulo Oliveira, tinha recusado a proposta que tinha sido feita por não querer voltar a sair da formação de fábrica da KTM.

“Há uma pequena hipótese de aceitar a proposta da GasGas, preciso de uns dias para pensar”, comentou o português em declarações à SportTV. “É algo novo, de hoje. A oferta ainda não está na mesa. Reforçaram a vontade de me manterem na família. É tudo o que posso dizer, não há nenhuma decisão”, referiu depois aos meios de comunicação do MotoGP, abrindo a porta a uma possível viragem quando parecia tudo definido para reforçar a RNF Aprilia numa mudança que deveria ser anunciada no início de setembro.