O presidente da Câmara do Funchal afirmou este domingo que uma das principais preocupações é o problema da segurança no concelho, criticando a “incapacidade” do Estado para dotar as forças policiais na região dos meios necessários.

“A questão da segurança no Funchal é um problema que nos preocupa muito e exige de todos nós firmeza e intervenção, mas sobretudo trabalho e a cooperação entre todas as entidades, públicas e privadas, bem como também das pessoas, em particular das famílias e da juventude”, disse Pedro Calado, discursando na sessão solene do Dia da Cidade do Funchal que comemora 514 anos.

O autarca sustentou que “há muito tempo que existe, por parte do Estado, uma notória incapacidade em dotar a PSP da Madeira dos meios humanos necessários, para poder combater eficazmente o flagelo que hoje é a droga e o álcool”.

“Nos últimos oito anos nada foi feito sobre esta matéria e, hoje, temos um grande problema para resolver”, vincou, recordando que vai ter início “um trabalho árduo junto do Governo da República e da Administração Interna para que a PSP, no Funchal, tenha os meios humanos adequados”.

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O responsável do principal município da Região Autónoma da Madeira (RAM) fez um balanço dos 11 meses da governação do projeto ‘Funchal Sempre à Frente’ (PSD/CDS), apontando ter encontrado “uma situação muito difícil com contas penhoradas, património hipotecado e dívidas escondidas”, numa gestão que já classificou de “leviana e irresponsável” da anterior vereação da coligação Confiança liderada pelo PS.

Esta situação “chegou a colocar em causa as transferências financeiras do Estado para a Câmara Municipal do Funchal”, complementou.

Pedro Calado vincou que “neste Dia da Cidade do Funchal” não podia ficar “indiferente face à situação de extrema gravidade por que passa no país”, opinando que “dizer que é um desastre é pouco para o caos instalado em diversos setores basilares da sociedade portuguesa e que cada vez mais relega Portugal para a cauda da Europa”.

O autarca mencionou “maior crise de sempre no Sistema Regional de Saúde”, a “total desorientação” da gestão da TAP que afeta o turismo e a economia nacional, o “flagelo que são os incêndios, porque, ano após ano, Portugal continua a arder”.

“O oportunismo político e insensibilidade social deste Governo de maioria socialista leva a paradoxos chocantes”, vincou, argumentando ser uma a postura política que fará os madeirenses rejeitarem uma governação do PS nesta Região.

Na opinião de Pedro Calado, “é chegada a hora de exigir um novo rumo para Portugal”, apontando estar convicto que “num futuro próximo, desta Região partirá o impulso motivador de uma mudança no todo nacional.

O autarca destacou que nos 11 meses de governação foi apresentado e aprovado “o maior Orçamento Municipal dos últimos 20 anos, no montante de 110 milhões de euros, que posteriormente foi corrigido para 122 milhões de euros”, o qual tem “um forte pendor social” e conseguiu reduzir a carga fiscal em 5,5 milhões de euros com a eliminação da derrama e com a devolução de 2,5% do IRS.

Nesta sessão solene discursaram ainda o presidente da Assembleia Municipal, a maioria dos representantes das várias forças políticas com assente neste órgão (CDU, MPT, PAN, BE, PS e PSD, tendo o PDR e o independente eleito pelo Chega abdicado do uso da palavra) e o presidente do Governo.

Nessa sessão foram também entregues medalhas de mérito municipal às duas corporações de bombeiros do Funchal (Sapadores e Voluntários Madeirense), à delegação Regional da Cruz Vermelha e, a título póstumo, à artista plástica Lourdes Castro, Juvenal Garcês e Gonçalo Malheiro Araújo, “pessoas que se destacaram nas artes, cultura, e pelo papel que desempenharam em termos de participação cívica, infraestruturas, desenvolvimento e definição da cidade”.