O PSD questionou esta segunda-feira o Governo sobre as razões dos atrasos no fornecimento de próteses e de outros dispositivos médicos aos deficientes das Forças Armadas (FA).

De acordo com uma pergunta endereçada através do Parlamento à ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, os sociais-democratas questionam “quais as razões para que se estejam a verificar atrasos no fornecimento de próteses ou outros dispositivos médicos destinados aos deficientes das FA junto do Laboratório Militar”.

O PSD pergunta o também a Helena Carreiras o que está a ser feito para resolver esta situação que considera “não ser tolerável“.

A bancada social-democrata observa que “ao longo dos últimos anos” os militares portadores de deficiência “têm passado por enormes dificuldades, nomeadamente na obtenção de próteses em tempo oportuno”.

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“Há várias denúncias públicas de longos meses de espera de substituição ou reparação de próteses, sem que o Laboratório Militar seja capaz de adiantar um prazo para a sua concretização”, sustenta.

O PSD recordou que durante a discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022 apresentou uma proposta para excetuar as verbas destinadas aos deficientes das FA de “qualquer cativação ou retenção“, que foi rejeitada com o voto contra do PS, que tem maioria absoluta na Assembleia da República.

A 15 de junho, durante uma audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, José Clara Gomes, denunciou dificuldades no acesso a próteses, que se agravam consoante um cidadão viva em Lisboa ou na ilha do Corvo (Açores), onde “fica mais complicado“.

“Temos que ter a consciência de que ficar sem uma prótese não é o mesmo que ficar sem uma escova de dentes, [o cidadão] não se desloca pura e simplesmente, está diminuído. E depois há processos administrativos que são caros. Não sei se têm noção, mas uma prótese de uma perna já não é como antigamente um bocado de pau com uma borracha na ponta, é uma coisa eletrónica que pode custar 30 ou 40 mil euros”, referiu.