O Presidente da República disse esta quinta-feira contar que Fernando Medina, agora ministro das Finanças, mantenha o apoio a medidas de defesa do livro e proteção da edição que defendia enquanto autarca de Lisboa.

Na cerimónia de inauguração da 92.ª Feira do Livro de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “eram e são necessárias medidas legislativas de proteção do livro”.

Felizmente que é ministro das Finanças hoje o antigo presidente da Câmara de Lisboa, que aqui sempre defendeu — abertura sobre abertura da Feira do Livro — a defesa do livro e a proteção da edição, já sabemos com o que contamos e só podemos contar”, afirmou, provocando risos na assistência da cerimónia, na qual estava o ministro da Educação, João Costa.

O chefe de Estado defendeu ainda que “continuam a ser necessárias medidas relacionadas com as rendas das livrarias”, alertando que nas grandes cidades os preços elevados “afetam a viabilidade de muitas livrarias e praticamente matam os alfarrabistas”.

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“Se os tempos que vivemos recentemente — refiro-me à pandemia e às suas consequências — revelaram debilidades s fragilidades, também mostraram uma inesperada resistência — palavra preferível e mais heroica do que a agora mais comum resiliência, eu ainda sou do tempo da resistência — e em quase nenhum setor isso foi mais notório que no setor do livro”, destacou.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou ainda, nesta edição da feira, as melhorias “não só estéticas ou logísticas, mas ecológicas” dos pavilhões, e prometeu voltar “com o carrinho de compras”.

É a minha 67.ª feira, estava a fazer as contas e parou-se-me o coração, ainda era na Avenida da Liberdade”, recordou, dizendo ter esperança de ainda cumprir a sua 92.ª feira, o número de edições que se assinalam este ano.

“Não é provável, mas não é impossível”, considerou.

O Presidente da República saudou a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, na assistência, salientando a importância de ser este o país convidado da feira este ano, com a presença de um pequeno ‘stand’ com livros ucranianos e programação associada.

“Sabe como a Ucrânia e os ucranianos são amados em Portugal não apenas à distancia, mas porque os conhecemos no dia a dia”, salientou.

Outro cumprimento especial foi para o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, outro dos oradores na cerimónia e que o acompanhou nesta primeira visita pelo certame.

Que grande forma em que está o senhor presidente da Câmara, está a gostar daquilo que está a fazer”, elogiou, estendendo o mesmo cumprimento à secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.

Terminada a cerimónia de inauguração, o Presidente da República fez o que deveria ser uma curta volta à feira, mas que se estendeu por mais de uma hora, com paragem em todos os pavilhões do primeiro corredor, onde ia cumprimentado os funcionários.

“Já venderam muito? Boas vendas”, foi a pergunta repetida rua acima.

Sempre com Moedas ao lado, e o ministro da Educação e a secretária de Estado da Cultura a acompanhar, o Presidente ainda comprou três livros, avaliou os preços de outros — “ainda não refletem os aumentos dos custos” — e deu um conselho ao autarca de Lisboa.

“A melhor hora para vir é à hora do jantar ou de um jogo de futebol”, confidenciou.

Entre muitos pedidos de selfies, sempre atendidos, o chefe de Estado cruzou-se com escritores, como Alice Vieira, ou antigos políticos como Adolfo Mesquita Nunes, prometendo voltar “mais umas três ou quatro vezes”.

No início da volta, Marcelo Rebelo de Sousa parou num stand destinado à doação de livros e deixou algumas publicações oficiais de Belém e do Museu da Presidência.

Para o ano, a Feira do Livro de Lisboa voltará ao calendário habitual, realizando-se em maio e junho, com o Presidente da República a prometer que no final do verão haverá a já tradicional Festa do Livro em Belém.