A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) anunciou esta sexta-feira que “não reconhece” os resultados eleitorais provisórios divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

Na primeira reação do candidato Adalberto da Costa Júnior, após as eleições gerais de quarta-feira, o líder do partido disse que Angola assistiu à “mais disputada eleição da história” do país e enumerou aquilo que considera serem “ilegalidades” cometidas durante o ato eleitoral.

“Para proteger o voto do povo do assalto daqueles que ainda não compreenderam o conceito de democracia, porque não a praticam, criámos um sistema de escrutínio paralelo com base nas atas síntese em nossa posse recebidas legalmente pelos nossos delegados de lista”, anunciou a UNITA.

De seguida, Adalberto da Costa Júnior deu os seguintes exemplos daquilo que considera serem discrepâncias “brutais” entre os mandatos atribuídos à UNITA pela CNE e as atas que tem em sua posse.

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  • Círculo eleitoral de Luanda. A UNITA disse que obteve 1.417.447 votos (70%) contrariamente aos 1.230.213 (62,59%) que a CNE atribuiu ao partido. A diferença corresponde a um “acréscimo de mandatos para a UNITA”.
  • Círculo eleitoral de Moxico. A “contagem paralela ainda não terminou”. A CNE já escrutinou 95,22% dos votos validamente expressos nas urnas e atribui “apenas” 45.058 votos (26,62%) à UNITA. O partido escrutinou 79% dos votos e apurou 61.378 votos, que “correspondem também uma diferença de mandatos”.
  • Círculo eleitoral do Cuanza Sul. A CNE escrutinou 99,98% dos votos e atribui ao MPLA 233.160 votos, “porém a UNITA escrutinou 100% das atas síntese e apurou 154.628 votos para o MPLA”.

Os exemplos dados pela UNITA levam Adalberto da Costa Júnior a falar numa “votação abusiva e ilegal”.

Não existe a menor dúvida em afirmar que o MPLA não ganhou as eleições do dia 24 de agosto (…) O MPLA não ganhou as eleições, pelo que a UNITA não reconhece os resultados provisórios divulgados pela CNE”, afirmou o candidato, que pediu aos angolanos que se mantenham “calmos”, “serenos” e “confiantes”.

A UNITA pediu ainda que, “em nome da verdade”, seja criada uma comissão independente com “participação internacional” para fazer a “comparação das atas síntese em posse da CNE com as que estão em posse dos partidos políticos”.