Conhecido por estar grande parte do tempo escondido dos olhares curiosos, o “índio do Buraco” foi encontrado morto na semana passada, provocando a extinção de mais uma tribo indígena da Amazónia. Acredita-se que este homem, que se escondia e se defendia com setas e armadilhas dos que tentavam entrar em contacto consigo, tenha sido o último sobrevivente de uma tribo quase extinta em 1980, quando um grupo de fazendeiros tentou expandir os seus terrenos naquela zona.

“Enfrentar massacres atrozes, invasões de terras e ter-se defendido dos desconhecidos que o contactavam, foi a sua melhor arma de defesa. Foi o último da sua tribo, e assim mais uma tribo fica extinta — não desapareceu, como alguns acham, este é um processo muito mais ativo e genocida do que simplesmente desaparecer”, explica a ativista na Survival International, Sarah Shenker, ao jornal britânico The Guardian.

Foi um polícia da Fundação Nacional do Índio (Funai), que estava responsável pela monitorização do homem, quem descobriu o corpo do indígena já em decomposição. “Ele não confiava em ninguém porque as experiências que teve com pessoas não-indígenas foram traumatizantes”, revela um explorador já aposentado do Funai.

Por causa de todas as suas recusas às tentativas de contacto, morreu sem que se percebesse a que etnia pertencia, ou o porquê de cavar grandes buracos para se esconder”, escreve o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato

Em 2018, o homem já tinha sido filmado e fotografado no seu habitat a derrubar uma árvore e a esconder-se. As autoridades dizem não ter muitas informações sobre ele, mas acredita-se que estaria próximo dos 50 anos e que vivia há mais de duas décadas isolado do resto do mundo.

Divulgadas imagens inéditas do “Índio do Buraco”, o último sobrevivente de uma tribo da Amazónia

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