Formou-se uma depressão tropical no Atlântico Norte a oeste do arquipélago dos Açores, conforme alerta o Centro Nacional de Furacões em Miami (Estados Unidos).

Este sistema meteorológico foi classificado de depressão tropical Five e tinha, na altura da formação, ventos na ordem dos 55 quilómetros por hora. Ainda durante o dia poderá passar a tempestade tropical e um furacão poderá formar-se em dois dias.

O alerta emitido às 9 horas dos Açores (10 horas em Lisboa) desta quinta-feira não indicava ainda qualquer avisos para as zonas costeiras.

Esta manhã, a depressão que se formou a cerca de 1.575 quilómetros dos Açores estava a deslocar-se lentamente para este/nordeste — a cerca de 4 quilómetros por hora.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse à Lusa que está a acompanhar a evolução desta depressão tropical, mas ainda não consegue indicar se o arquipélago será afetado.

Ainda é difícil avaliar a trajetória deste sistema meteorológico” ou afirmar “se o arquipélago será afetado e a forma como será”, disse Rita Mota, da delegação do IPMA nos Açores, à Lusa. “Nas próximas horas deverá haver alguma evolução, sendo esperado que esta depressão tropical seja nomeada.”

Como se formam as depressões tropicais?

Os movimentos na atmosfera em sentido contrário ao do ponteiro dos relógios podem originar regiões de baixas pressões — aquilo a que se chama depressão — que, no oceano Atlântico Norte, pode originar furacões, lê-se no site do IPMA.

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Foi a formação desta circulação bem definida que levou à definição de Depressão Tropical Five pelo Centro Nacional de Furacões da Administração Nacional dos Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NHC/NOAA).

Porque se formou naquela região do oceano?

“As temperaturas da superfície do mar nesta área estão mais quentes do que o normal — perto de 27ºC”, refere o NHC/NOAA no comunicado.

Uma temperatura elevada no mar aliada à perturbação atmosférica durante um determinado período de tempo pode originar a depressão tropical.

Como se dará a evolução do ciclone tropical?

Os ciclones tropicais nascem, evoluem e morrem e podem passar por três estágio durante a evolução, de acordo com informação no site do IPMA:

  • Será uma depressão tropical se a intensidade do vento médio (observada durante 1 minuto, a 10 metros da superfície) for inferior a 62 quilómetros por hora. É possível ver a rotação dos ventos nas imagens de satélite, mas não houve ainda a formação do olho da tempestade;
  • Passará a tempestade tropical se o sistema de nuvens estiver cada vez mais bem organizado e os ventos se situarem entre s 62 e os 118 quilómetros por hora. É a partir deste momento que o fenómeno meteorológico passa a ter nome;
  • O último estágio é o furacão, com uma tempestade mais intensa, um vento médio acima de 119 quilómetros por hora. Nesta fase, as nuvens formam um disco bem definido que pode ter um diâmetro de 600 quilómetros e um olho no centro.

Esta depressão tropical pode passar a tempestade tropical ainda durante o dia 1 de setembro e tornar-se um furacão em dois dias, podendo chegar quase aos 150 quilómetros por hora ao fim de quatro dias. Depois de entrar em águas mais frias, mais a norte, a intensidade do ciclone vai diminuir.

Que nome será atribuído?

O sistema anteriormente denominado 93L foi reclassificado como depressão tropical Five esta quinta-feira. Se evoluir para tempestade tropical será chamada de Danielle — em caso de furacão, terá o mesmo nome —, de acordo com a VOST Portugal (Associação de Voluntários Digitais em Situações de Emergência).

Que impacto pode ter nas zonas costeiras?

No caso dos furacões, quando o centro cruza a linha de costa, a intensidade dos ventos pode originar uma subida anormal do nível médio do mar que, aliado às chuvas intensas, podem provocar inundações consideráveis.

No alerta emitido esta manhã pelo NHC/NOAA ainda não havia nenhum aviso dirigido às zonas costeiras dos Açores. A delegação do IPMA nos Açores também indicou estar a acompanhar a situação.

Na previsão do NHC/NOAA é referido que a depressão tropical deverá viajar lentamente ao longo dos próximos três dias — no momento da formação avançava a 4 km/h —, primeiro em direção a este e no quarto e quinto dia para nordeste.

Última atualização às 13h20