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Arctic Monkeys derreteram corações no Kalorama, Alice Phoebe Lou foi nova paixão de verão

Este artigo tem mais de 2 anos

A rebentar pelas costuras, o Parque da Bela Vista aclamou os Arctic Monkeys e a banda de Alex Turner retribuiu com carisma e grandes canções. Mas viu-se mais no Kalorama, como Alice Phoebe Lou.

A banda britânica voltou a Portugal depois de um concerto em 2018, no Passeio Marítimo de Algés
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A banda britânica voltou a Portugal depois de um concerto em 2018, no Passeio Marítimo de Algés

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A banda britânica voltou a Portugal depois de um concerto em 2018, no Passeio Marítimo de Algés

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ao segundo dia, o Kalorama encheu até rebentar pelas costuras. Quantas cabeças estariam esta sexta-feira à noite no Parque da Bela Vista, em Lisboa, para ver uma das poucas bandas surgidas nos últimos 20 anos (a única?) capaz de lotar um novo festival com este fervor? Seriam quarenta mil, a lotação máxima que este recinto mais reduzido — face ao seu formato no Rock in Rio — aparentemente permite?

Se eram 40 mil, pareciam mais. Quem olhasse para o recinto quando os Arctic Monkeys arrancaram o seu décimo concerto em Portugal, terceiro desde que um trio de canções de 2013 (“R U Mine?”, “Why’d you Only Call Me When You’re High” e “Do I Wanna Know?”) agigantou ainda mais a banda e a tornou quase assustadoramente grande, via um mar de gente. De tal modo que o cenário não parecia muito diferente, sequer, de um concerto lotado do festival que tem casa nesta mesma morada — e que tem alegadamente o dobro da capacidade, podendo receber até quase 80 mil pessoas.

Ainda o relógio não apontava para o penúltimo ponteiro de horas e no extremo oposto ao palco já se via correria incessante, gente a acelerar o passo e em alguns casos a correr à procura de uma nesga de terreno que lhes permitisse avistar, mesmo que muito ao longe, os vultos das maiores estrelas rock desta época em palco.

Para muitos foi missão inglória: nem à direita nem à esquerda, com a vista tapada não havia alternativa se não resignar-se a um concerto visto pelo ecrã gigante. Era mesmo preciso ter chegado mais cedo. Talvez a colocação de uma estrutura de venda de bebidas tão perto do palco, bem ao centro do recinto, também não tenha facilitado a tarefa, podendo ter roubado espaço precioso e acentuado a impressão de um espaço ainda mais preenchido do que a lotação esgotada já suporia.

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Até para quem não terá conseguido ver o concerto em condições perfeitas, porém (uma inevitabilidade em grandes festivais e concertos com esta lotação, ainda que os declives e relevo do Parque da Bela Vista tragam dificuldades extra), terá certamente valido a pena ver ou rever os Arctic Monkeys.

Não foi, pareceu-nos, um concerto perfeito, até porque também a algumas zonas do recinto o som não chegava nas melhores condições, algo que aliás acontece também noutros palcos do festival — ao longo de dois dias fomos descobrindo, por exemplo, que no Palco Colina o extremo direito (de quem vê o concerto de frente) é impreterivelmente a evitar. O próprio vocalista e líder oficioso da banda, o carismático Alex Turner, haveria de se queixar discretamente na ponta final do concerto, tocando no microfone como que dando a entender que o volume estava demasiado baixo.

Foi, ainda assim, um concerto de consagração da chegada do grupo ao patamar de cabeça de cartaz incontestado. Talvez até mais do que o de 2018 no Passeio Marítimo de Algés (NOS Alive), altura em que a banda de rock de Sheffield ainda parecia andar à procura de um equilíbrio entre o tom das novas canções, do disco disruptivo e cinemático Tranquility Base Hotel & Casino, e o velho rock elétrico, tantas vezes desabrido, dos primeiros álbuns.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O arranque fez-se com aquela que é talvez a canção mais popular de Turner, Cook, O’Malley e Helders, “Do I Wanna Know?”, que ergueu de imediato milhares de telemóveis e deixou uma massa infindável de gente em (audível) euforia. Daí em diante vimo-los regressar regularmente às canções de AM, o álbum de projeção mainstream dos Arctic Monkeys (tocariam outras cinco), mas também percorrer de forma ecuménica a restante discografia, composta por outros seis álbuns.

Com destaque maior para as revisitações a Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006), Favourite Worst Nightmare (2007) e Humbug (2009) mas sem ignorar totalmente o subvalorizado Suck It and See (2011) e o recente Tranquility Base Hotel & Casino, de 2018 — tocariam duas canções de cada um destes álbuns —, os Arctic Monkeys revelaram alguma astúcia.

Não fizeram um concerto best-of, tendo-se até abstido de tocar temas que nesse formato seriam escolhas lógicas, como “I Wanna Be Yours”, “When The Sun Goes Down” e “Old Yellow Bricks”. Fizeram, isso sim, um concerto equilibrado e competente, ainda que com altos e baixos na capacidade de eletrizar um público à procura de euforia, nem todo conhecedor de alguns dos bombons com que os Arctic Monkeys adoçaram os fãs devotos.

Não faltaram momentos de comunhão com todo o Parque da Bela Vista, claro. Com “Snap Out of It” e “Teddy Picker”, por exemplo. E sobretudo com “Why’d You Only Call Me When You’re High”, “I Bet You Look Good on the Dancefloor”, “505” (que começou de forma perigosamente sensaborona, mas encarrilou até se revelar a grande canção que é), “R U Mine?”, canções diferentes, é certo — aqui mais melódicas, acolá mais abluesadas e irresistivelmente sinuosas, acolá mais intempestivas e aceleradamente diretas —, mas todas hinos recentes da história evolutiva do rock.

Era notório o magnetismo, de toda a banda, é certo, mas em especial de Alex Turner, voz de derrete-corações profissional, sotaque de cavalheiro inglês, alguns ares de um Lennon sem excessos na fisionomia. É hoje um antigo espalha-brasas tornado galã do rock, agora de óculos escuros na cara a puxar a gola para cima, a dançar com a guitarra nos braços, a cantar agarrando o microfone como crooner moderno, em flirt quente com o público e as câmaras, classe de Gainsbourg e Sinatra em vestes de working class hero.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Sobre o novo disco dos Arctic Monkeys, que aí virá (The Car, previsto para 21 de outubro), não se retiraram grandes pistas. O novo single, “There’d Better Be a Mirrorball”, ficou por tocar, ao contrário de “I Ain’t Quite Where I Think I Am”, apresentada em Lisboa e da qual ainda se conhece apenas a versão ao vivo, que começou a ser desvendada palcos fora no mês passado.

Falta por exemplo perceber se o ambiente das canções que aí vêm se mantém ligeiramente Bondiano, faustoso nos arranjos de cordas e na predominância do piano. E falta sobretudo perceber se vêm aí canções mais inspiradas e memoráveis do que as recentes — dito de outra forma, se, independentemente dos arranjos com que os quatro consagrados de Sheffield vão vestir os novos temas, o esqueleto das canções volta a ser de ouro e mantém a banda no patamar de quase novos Deuses do pop-rock. Para já, porém, não há nada a temer: foi o concerto certo para reaproximar fãs e banda e para catapultar um festival num abrir e fechar de olhos.

Em uma hora, Alice Phoebe Lou tornou-se a nossa grande paixão de verão

Se para a noite estava reservado o prato principal — o concerto dos Arctic Monkeys —, o menu arrancou ainda ao fim da tarde com um velho conhecido português do rock and roll. Falamos de The Legendary Tigerman, que até tem andado nas bocas do mundo mas não pelas melhores razões: Paulo Furtado foi um dos artista que recorreu recentemente às redes sociais para lamentar os acontecimentos do Sol da Caparica, que levaram ao cancelamento do seu concerto na noite do primeiro dia do festival.

Felizmente, esta sexta-feira no Kalorama, tudo correu de vento em poupa e o músico pôde subir tranquilamente ao palco principal do festival, sem atrasos ou outros problemas. O concerto foi irrepreensível (nem se esperava menos) e serviu de aquecimento ao dia (mais) rock que se seguiu, que teve Arctic Monkeys como cabeças de cartaz.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Mais surpreendente foi, porém, o concerto de Alice Phoebe Lou. Ainda o segundo dia do Kalorama não tinha terminado — aliás, ainda o sol brilhava — e já tínhamos uma certeza: foi dela o “concerto revelação” desta primeira edição do festival. Esta sexta-feira, aterrámos no Parque da Bela Vista com o pecado capital de não conhecer ao detalhe o seu percurso, que conta já com quatro álbuns completos editados (dois dos quais, lançados no ano passado) e três mini-álbuns, ou EP.

Uma hora de concerto foi suficiente para ficarmos rendidos. Liderando um quinteto que, além dela (guitarra e voz), incluía um guitarrista, um baixista, um teclista e um baterista, a cantora e compositora sul-africana que vive em Berlim mostrou que poucos artistas emergentes a superam em contexto de festival.

Festa é a palavra mais adequada para descrever o seu concerto. Embora os termos folk e indie-rock se apliquem à sua música, ora mais serena ora mais enérgica, há uma leveza e uma alegria contagiantes que a afastam de parte de contemporâneos seus que fazem canções nesses universos estéticos. É difícil resistir à voz cristalina, ao balanço e groove do baixo, aos riffs gingões de guitarra, aos teclados efusivos, à bateria e, não menos importante, às letras de quem não pede licença para ser independente e se divertir.

MARIANA ALVAREZ CORTES/OBSERVADOR

Visivelmente feliz, Phoebe Lou foi cantando temas como o belíssimo “Mother’s Eyes”, apresentado como “uma pequena balada” e onde canta versos tão bonitos quanto “I wantyou, but I don’t want you to be mine” e “Loving you’s the cure and the crime“, uma “Shake” com algum peso retirado na sua versão ao vivo (mas sem perder a ginga de miúda a brincar e a divertir-se com os sons), “Dusk” ou “uma canção mais velha”, a estupenda “Something Holly”, que se agiganta no memorável refrão:

All you had to do is see me
Really see me
Recognise the workings of my mind
And then touch me
Like something holy
And then touch me
Like something that is now but could never be

As versões captadas em estúdio são, já de si, curiosos objetos musicais, temas cujo imaginário é perfeitamente reconhecível (outra vez a folk e o indie-rock trazidos à conversa) mas com alguns dribles, quer na voz quer nos sons de sintetizadores e teclados, que a tornam peculiar e original. Esse lado lúdico das canções, de quem parece brincar com as componentes da música como se moldasse plasticina, ganha um encanto ainda maior neste ambiente veranil, leve, de festival de verão e pôr-do-sol.

Em canções como “Lover // Over the Moon”, um “tema gentil” antes de “trazer a festa” para fechar o concerto, a delicadeza é enternecedora quando canta “you make me feel over the moon“, com aquele “feel” arrastado docemente. É canção recebida com muitas palmas, o que parece deixar Alice Phoebe Lou surpreendida.

Por essa altura, já tinha dito estar “um pouco assoberbada” porque adora estar aqui, garante, e “com o pôr-de-sol fica tudo demasiado” bonito. Ou que “honestamente, vocês têm os melhores festivais, a melhor energia, muito obrigado por isso”. Mas a receção calorosa e os gritos de “Alice” na plateia, que se iam repetindo de umas quantas em quantas canções, pareceram realmente comovê-la, diria estar “entusiasmada por juntar-me a vocês e divertir-me, estou pronta”, garantiria “nunca ter sentido isto, e já fiz muitos festivais este ano, this is the shit, sinto que é real, a sério”, prometeria que passaria algum tempo no recinto porque “este festival é demasiado bom para simplesmente voltar para o hotel”.

MARIANA ALVAREZ CORTES/OBSERVADOR

Tinha já ficado claro que foi um concerto especial, um daqueles espectáculos ao vivo que promete ficar na memória de quem o viu, talvez até marcar fortemente a relação daquelas pessoas que ali estavam com a música de uma artista. Mas ainda haveria tempo para mais umas quantas grandes canções.

Primeiro, a deliciosamente afiada “Dirty Mouth” (“I’m not gonna heal you / not gonna make your dreams come true / don’t touch me / don’t even look at me / I’ve got laser beams / coming out my eyes“). Depois, a maravilhosa “Child’s Play”, com versos que ressoariam muito para lá do fim do concerto na nossa cabeça: We’re getting harder on the outside and softer on the inside. E por fim, a fechar em chave de ouro o concerto, deixando gente a dançar com sorrisos rasgados de felicidade na cara, “Witches”, três minutos e pouco de espanto e alegria, bom gosto clássico e originalidade, balanço gingão e auto-determinação:

I’m one of those witches, babe
Just don’t try to save me
Cause I don’t wanna be saved 

Jessie Ware e Róisín Murphy: dança no feminino para uma noite quente

Para aqueles que ficaram com vontade de continuar a dançar fim de semana fora, e que não quiseram ir à descoberta de Alice Phoebe Lou, o concerto de Jessie Ware caiu que nem ginjas. Prova disso era a animação do público junto ao palco Colina, onde a cantora inglesa atuou ao cair da noite. Mais acima, muitos fãs aproveitavam para jantar, mas nem isso os impedia de dar um passinho de dança. Cada um aproveitava como podia.

Não deixa de ser surpreendente a impressão que Jessie Ware causa. A música não tem muito que se lhe diga e soa até um bocadinho datada — é uma espécie de dance music muito em voga há quase duas décadas, precisamente quando a artista se lançou. O cenário é simples (ou mesmo simplista), composto por um backdrop prateado que caía meio torto em cima do palco e por uma plataforma circular onde a cantora se manteve durante quase toda a atuação. Como é habitual, Jessie Ware apresentou-se no Kalorama acompanhada por dois bailarinos e dois back vocalists, que também participam na coreografia, também esta nada de extraordinário, mas sem banda.

Esteticamente pode não ser o concerto mais apelativo, mas Jessie Ware sabe cantar — isso ninguém pode negar. Nem quando dança, salta ou chama pelo público a voz lhe falha. Mas a sensação que fica é que não há nada de novo para ver ali. Que já foi tudo visto e revisto em algum lado, talvez mesmo aqui, no Parque da Bela Vista.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Talvez menos efusivo e eufórico, mas com a classe que a experiência e o inesgotável bom gosto lhe dão, foi o espectáculo de Róisín Murphy no palco Colina, que se seguiu a Jessie Ware no alinhamento — mais uma prova da coerência programática dos palcos do Kalorama que, de atuação para atuação, têm pontos de contacto estilísticos.

A dança manteve-se, mas diferente. Por entre repetidas trocas de vestuário, com direito a perucas e tudo, a antiga cantora dos Moloko mostrou que continua com o magnetismo intocável aos 49 anos: ainda hoje é surpreendente, misturando de forma graciosa o house, o disco e uma pop elegante em canções que, em palco, vão avançando sem pressas e com batidas infeciosas, criando um ambiente de dança mais constante do que explosiva, e cheia de groove.

A revisitação do passado dos Moloko está presente, e é particularmente feliz quando para em “Sing It Back”, mas é a coolness afirmativa do recente “Murphy’s Law”, tema gravado e editado a solo, que mais nos impressiona, por mostrar que Róisín continua a ligar passado a futuro e a colorir o presente com um registo só seu.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Bonobo: dançar e sentir tudo ao mesmo tempo

Depois de Jessie Ware e Róisín Murphy, os Arctic Monkeys secaram, qual eucalipto, as horas seguintes. Mas a noite não terminaria por aí. O espaço que separa o palco principal do secundário é de apenas alguns metros, mas entre a música dos Arctic Monkeys e a de Bonobo há um abismo. A drástica mudança de sonoridade podia ter sido um choque, mas soube bem atravessar a neblina que quase fez desaparecer o palco Colina depois da explosão de rock dos ingleses.

Escondido no nevoeiro, Simon Green, mais conhecido como Bonobo, aguardava que batesse a hora combinada para lançar as primeiras melodias. Ao primeiro som, o fumo desapareceu como que por magia e a multidão entrou num mundo completamente diferente.

“Olá, how you doin’?”, perguntou Simon Green depois da introdução puramente instrumental, só voltando a dirigir-se ao público no final do espetáculo, perto das duas da manhã.

A eletrónica de Bonobo é singular. É uma mistura eclética de diferentes sonoridades, desde a world music ao jazz, com samples e instrumentos (voz incluída) que se cruzam para criar um som texturado e peculiar. Tudo isso é recriado ao vivo com a ajuda de uma banda completa (com guitarras, bateria e até flauta), que dá outro corpo à atuação. E que atuação. O mashup que é a música do Bonobo faz com que os concertos do músico e DJ britânico sejam uma viagem rica, capaz de transportar o ouvinte para paragens e destinos distantes. Um tema leva-o a mergulhar nas profundezas do oceano; enquanto outro o atira sem dó nem piedade para as alturas, fazendo-o depois descer vertiginosamente à terra. O jogo de luz e sombra, que tanto esconde como revela Bonobo, contribui para o jogo emotivo, que é dançar e sentir tudo ao mesmo tempo.

Bonobo é talvez um nome estranho no cartaz de um dia marcado sobretudo pelas sonoridades rock, mas vê-lo, e sobretudo ouvi-lo, é sempre uma sorte — esta sexta-feira, na Bela Vista, ou numa outra noite, num outro lugar. E o mesmo poderia ser dito de Bruno Pernadas, que, no palco Futura, mostraria porque é um dos artistas mais imaginativos, visionários e inclassificáveis da música portuguesa.

Liderando um septeto que incluía a cantora Margarida Campelo, o guitarrista Afonso Cabral e o baterista João Correia, entre outros (estavam ainda presentes um trompetista, um saxofonista e um baixista), Pernadas, que se ocupa sobretudo da guitarra elétrica, coordenou, qual maestro pop, esta pequena-grande orquestra em temas como “Anywhere in Spacetime”, “Lafeta Uti”, “Step Out Of The Light”, “Little Season” e “Galaxy”.

Durante perto de uma hora, viajámos por África, pelo Oriente e pela América do Sul, por melodias pop pouco esquematizadas e pelo psciadelismo. O capitão do navio era português e as canções, dançantes, voavam para fora de órbita, sempre controladas e sempre seguras mas amplas, abarcando um planeta de sons nelas mesmo e inebriando quem ali se juntou para o fim da noite.

Este sábado, o Kalorama termina com atuações de Nick Cave, Ornatos Violeta, Chet Faker e Disclosure, entre outros.

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