O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai reunir-se na próxima semana com o homólogo chinês, Xi Jinping, no Uzbequistão. Os dois líderes vão encontrar-se durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que decorre de 15 a 16 de setembro.
“Em menos de 10 dias, os nossos líderes vão encontrar-se na cimeira Organização de Cooperação de Xangai (SCO) em Samarcanda”, disse à agência russa TASS Andrey Denisov, embaixador russo na China. Adianta que está a ser organizada uma reunião “séria e completa” entre Putin e Xi Jinping, que “têm muito para conversar”.
Esta será a primeira deslocação de Xi Jinping ao estrangeiro desde o início da pandemia da Covid-19. É também a primeira vez que os dois se encontram desde o início da guerra na Ucrânia. A última vez que estiveram juntos foi em fevereiro, numa visita de Putin à China para a abertura dos jogos olímpicos de inverno, em Pequim. Como refere o Washington Post, na visita, que aconteceu semanas antes do início invasão russa, declaravam uma parceria “sem limites”, traçando uma nova ordem internacional não dominada pelo Ocidente.
Com o início da guerra, a Rússia está cada vez mais isolada devido às sanções impostas pelo Ocidente, procurando reforçar as ligações com países asiáticos, nomeadamente a China, que não condenou a invasão da Ucrânia.
Esta semana, militares dos dois países participaram em exercícios militares conjuntos. Nas manobras Vostok-2022, no Extremo Oriente da Rússia, marcaram presença mais de 50 mil efetivos russos e de países aliados, China incluída.
Os exercícios foram dirigidos pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas da Rússia, general Valeri Guerasimov, e contaram com a presença de Putin. Este ano, a iniciativa contou apenas com um sexto dos militares que neles participaram há quatro anos. Em Vostok-2018 chegaram a estar mobilizados mais de 300 mil militares, o que transformou tais manobras na maior exibição de força por parte da Rússia desde o período da Guerra Fria.