O ex-presidente brasileiro Lula da Silva, favorito nas presidenciais de 2 de outubro, disse este sábado que um apoiante seu, morto numa discussão política, foi vítima do “genocida” do Presidente e adversário Jair Bolsonaro, que entretanto já lamentou a morte.
“Tentei chegar à família e não fui capaz de o fazer. Com o nosso senador Paulo Rocha, queremos saber se ele tem mulher ou filhos, porque o PT [Partido dos Trabalhadores, partido de Lula] tem a obrigação de saber tudo para ajudar esta família que foi vítima do genocida Bolsonaro”, disse o ex-presidente durante um evento de campanha.
O assassinato, cometido na quarta-feira passada por um apoiante de Bolsonaro numa zona rural de Mato Grosso, é o segundo ocorrido na campanha eleitoral, depois de outro apoiante do Presidente e candidato à reeleição ter matado um militante do PT em Foz de Iguaçu, no passado mês de julho.
Lula da Silva já tinha relacionado, na sexta-feira, o clima de violência e polarização política ao núcleo próximo do Presidente Bolsonaro, líder da extrema-direita e que aparece em segundo lugar nas sondagens de intenções de voto.
Numa declaração ao portal R7 do canal Record, Bolsonaro emitiu até agora a única declaração sobre a morte de Benedito Cardoso dos Santos, 42 anos, que foi esfaqueado 15 vezes por um colega de trabalho.
“Lamento qualquer morte que seja politicamente motivada, que seja motivada por uma discussão entre fãs de futebol, ou qualquer motivação estúpida. Lamento isso”, disse Bolsonaro, que este sábado, num evento com a Marinha no Rio de Janeiro, evitou falar com jornalistas.
O comício de Lula de Silva em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, faz parte de uma série de mobilizações convocadas em todo o país por centrais sindicais e movimentos sociais em apoio à sua candidatura.
Marchas a favor de Lula realizam-se este sábado em 25 das 27 capitais regionais, algumas com mobilizações de centenas de pessoas, como a que teve lugar esta manhã na Avenida Afonso Pena, na cidade de Campo Grande (oeste).
De acordo com a última sondagem do Instituto Datafolha, publicada na semana passada, Lula da Silva lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais de 02 de outubro, com 45% contra 32% para Bolsonaro. Se necessário, o país terá uma segunda volta das presidenciais em 30 de outubro.